São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
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Concorrência maior justifica investimento

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As arquitetas Iara Jatene, Solange Renault e Patrícia Upton, sócias na A6 Design, nunca foram tão procuradas como no último ano para cuidar do layout do comércio.
Especializada em projetos de arquitetura e design, a A6 tem uma lista de clientes famosos -tais como Carrefour, Barateiro, Peralta, Angeloni, Drogasil, Atacadão e Drogaria Catarinense-, que estão preocupados com a modernização do visual.
Só no ano passado, a A6 foi responsável por projetos de reforma de 40 lojas. As modificações foram feitas no interior delas -sinalização, pinturas etc.- e nas logomarcas.
"Este ano também começou bem movimentado", diz Iara. Para dar conta da demanda dos projetos, a empresa deve crescer neste ano. Além das três sócias, trabalham na A6 mais oito arquitetos.
Maior disputa
Para Iara, a busca por uma loja diferenciada e moderna se deve ao fato de que boa parte da decisão de compra é feita no ponto-de-venda.
A disputa pelo consumidor está cada vez mais acirrada -diz-, o que faz com que o lojista se preocupe em tornar o seu estabelecimento o mais atraente possível.
Quando montou a A6 com as duas colegas, conta ela, em 1984, apenas as grandes redes estavam preocupadas com layout.
Hoje, com a estabilização da economia, também as pequenas e médias estão investindo no visual.
Na época de inflação alta, diz ela, as chamadas lojas de vizinhança perderam espaço para as grandes redes de supermercado, já que valia mais a pena efetuar uma compra mensal.
"Agora, a ida semanal ao supermercado voltou a ser comum. Abriu-se um espaço para compras menores ao longo do mês."
Patrícia, outra sócia, diz que o varejo brasileiro foi sacudido com a entrada no país de três grandes redes -Carrefour, McDonald's e C&A. "A partir disso, várias empresas foram forçadas a se organizar."
Para ela, o 'boom' dos shopping centers também contribuiu para melhorar o padrão das lojas.
Higiene e limpeza
Claudio Felisoni de Angelo, coordenador do Provar (Programa de Varejo) da USP (Universidade de São Paulo), diz que as reformas das lojas estão acontecendo muito mais para manter as vendas do que para aumentá-las.
Levantamento do Provar, conta, mostra que, para o público de maior poder aquisitivo, as condições de higiene e limpeza de uma loja, por exemplo, são fundamentais na decisão de uma compra.
"É por isso que muitas redes estão começando as reformas em lojas localizadas em bairros mais nobres."

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