São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997 |
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Matheus será o eterno presidente do Corinthians
ALBERTO HELENA JR.
Dentre os quatro principais ícones da cidade lá está Vicente, o mais velho dos 11 filhos do português Luiz Matheus com a espanhola Manglória, nascido no dia 28 de maio de 1908 na cidadezinha de Toro, na região de Zamcra, Espanha. Os pais vieram para o Brasil em 1912, deixando Vicente com o tio. Mas, aos primeiros disparos da guerra, em 1914, Vicente e os tios zaraparam do porto de Cadiz para Santos. Mas a viagem só terminaria em Guaianazes, uma pequena vila na periferia de São Paulo. Ali os pais haviam montado um armazém de secos e molhadas. Arrendaram, depois, uma pedreira, nas proximidades. "Desde os seis, sete anos que eu quebrava pedras" disse Matheus. Mais tarde ele construiu um império no ramo da pavimentação. Foi por essa via que Matheus descobriu a maior paixão de sua vida: o Corinthians. Mudou-se para o Tatuapé e ficou lá para o resto da vida. E foi lá mesmo que encontrou outra paixão eterna: Marlene, a fogosa dançarina de flamenco. Marlene e Vicente só se casaram em 1967. Formaram um par tão poderoso que, não podendo reeleger-se presidente do Corinthians, elegeu a mulher. Presidente, ele mesmo foi por oito mandatos. Autoritário e vaidoso era o mínimo que falavam sobre ele. Acusavam-no de financiar as derrotas, quando ele não estava no poder. "Com o meu dinheiro, faço o que quiser. Mas com o do Corinthians não. Nem deixo fazer", costumava dizer, acusado de não contratar craques. Com seu jeito simplório de expressar, confundia os interlocutores. Aos mais íntimos, assegurava que fazia de propósito. Talvez fosse só a sobreposição do esperto milionário Matheus ao Vicente, menino imigrante. Mas a fusão de ambos resultou em Vicente Matheus, a cara de São Paulo, o presidente eterno do Corinthians. Texto Anterior: FRASES Próximo Texto: Santos vence em estréia no Paulista Índice |
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