São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
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Brasil vai para a repescagem da Davis

JOSÉ ALAN DIAS
ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

O Brasil foi derrotado pelos EUA por 4 a 1, no confronto válido pelo Grupo Mundial da Copa Davis.
Agora, terá que disputar a repescagem, que acontece em setembro, para tentar se manter entre as 16 melhores equipes do mundo.
A série de partidas, válida pela primeira rodada da Davis, foi realizada em Ribeirão Preto (319 km ao norte de São Paulo).
A definição do confronto aconteceu ontem com a vitória de Jim Courier (nº 22 do mundo) sobre Gustavo Kuerten (nº 85 do ranking) por 3 sets a 1 -parciais de 6/3, 6/2, 5/7 e 7/6 (13 a 11), em três horas e 35 minutos.
A quinta partida, em que Fernando Meligeni perdeu para Alex O'Brien por 2 a 0 -7/5 e 7/6 (7/4)- serviu apenas para cumprimento de tabela.
Na manhã de ontem, antes do jogo entre Courier e Kuerten, que poderia empatar o confronto, O'Brien fora escolhido para substituir MaliVai Washington.
Segundo a equipe dos EUA, Washington se ressentiu de uma contusão no joelho esquerdo.
O Brasil perdera os dois primeiros jogos de sexta, mas ganhara "sobrevida" com a vitória na partida de duplas, anteontem.
Jaime Oncis e Gustavo Kuerten haviam vencido Richey Reneberg e Alex O'Brien por 3 sets a 0 (6/2, 6/4 e 7/5).
Pelo regulamento da Davis, as substituições de jogadores de simples só podem ser feitas devido a motivos médicos.
'Homem de gelo'
Gustavo Kuertem esteve próximo de levar o jogo contra Jim Courier para o quinto set -tal como fizera Fernando Meligeni-, onde poderia tentar a façanha de derrotar o ex-número um do mundo.
Ao contrário do primeiro dia de jogo, Courier apresentou sinais de cansaço a partir do terceiro set.
A tática brasileira se baseava em tentar usar o calor de Ribeirão Preto (média de 38 graus Celsius nos dias de jogo) como arma para minar o adversário.
Courier, que no início da carreira era conhecido por perder a concentração com relativa facilidade, se impôs nos dois primeiros sets sem dificuldades, forçando jogadas no fundo de quadra.
No terceiro set, quando se esperava vitória fácil do norte-americano, Kuerten, apoiado pela torcida, conseguiu equilibrar o jogo e fechou o set numa dupla falta de Courier.
O mesmo panorama se repetiu no quarto set. O brasileiro chegou a ter duas vezes o set point (vantagem para fechar o set) a seu favor, mas o adversário reagiu.
Courier teve apenas dois momentos de vibração durante a partida. O primeiro quando derrubou um set point e o segundo quando fechou o jogo.
"O cara que já foi número um joga com confiança em todas as bolas. Contra eles não existe muito isso de vantagem", disse Kuerten.
Experiência
O regulamento da Copa Davis prevê que os oito países que perderam no Grupo Mundial, caso do Brasil, joguem um playoff com os oito melhores da disputa zonal.
O critério para escolha do adversário é o sorteio. Mas são levados em conta também a tradição do país e o ranking dos jogadores.
O Chile, por exemplo, que está na disputa zonal, pode enfrentar um adversário mais fraco, pelo fato de ter Marcelo Ríos, que está entre os 15 melhores do mundo.
Paulo Cleto, técnico da equipe brasileira, disse que o essencial para os tenistas é a conquista de experiência.
"Temos uma equipe ainda muito jovem, que deve continuar junta por muito tempo. Fizemos partidas equilibradas com os melhores do mundo. Os jogadores só precisam de mais consistência de jogo."
Futuro Nelson Nastás, presidente da Confederação Brasileira de Tênis, ficou satisfeito com as apresentações dos brasileiros e manifestou otimismo para o futuro.
"Não tem muito problema se não ficarmos no Grupo Mundial, o importante agora é preparar essa equipe para estar bem dentro de dois anos."

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