São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
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Tunga vai para a Documenta

DA REPORTAGEM LOCAL; COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A mais importante mostra de artes plásticas contemporâneas, a Documenta de Kassel, na Alemanha, é a prova de que a arte brasileira passa por um grande momento.
Para sua décima edição, a última do século 20, entre 21 de junho e 28 de setembro, a curadora francesa Catherine David selecionou o artista brasileiro Tunga. Outros dois, Hélio Oiticica (1937-1980) e Lygia Clark (1920-1988), também participam do evento, mas em retrospectivas no núcleo histórico.
Ex-curadora do Centro Georges Pompidou e da Galeria Jeu de Paume, ambos em Paris, Catherine David é a primeira mulher a assumir a Documenta.
"Desde a sua criação, em 1955, o papel da Documenta tem sido reagir e apresentar um momento bem definido da arte. Ela nunca foi um museu nem um espaço de academização, mas um espaço de questionamento e de apresentação de artistas contemporâneos", disse a curadora em entrevista à agência de notícias "DPA".
Para ela, um dos grandes desafios da arte contemporânea é saber se "a criação estética pode enfrentar e pode propor resistência aos espaços megadimensionais".
Ao citar "megadimensionais", a curadora se refere a espaços onde a dimensão econômica prevalece. "A estética é um espaço orientado para a subjetividade, para a vontade." A contraposição entre os dois é a questão da arte hoje.
"O mais difícil é organizar tudo em um nível cultural quando o que prevalece é a dimensão econômica e o número de visitantes", disse.
Ano Tunga
O ano de 1997 será de Antonio Carlos Mello Mourão, o Tunga. Além da Documenta, obras suas estarão na feira Arco 97, em Madri. O artista tem ainda uma retrospectiva, em setembro, no Bard College, em NY, e depois em Miami, Houston e Montreal, no Canadá.
Para a Documenta, Tunga promete uma ruptura com o espaço museológico por meio das performances-instalações "Experiência de Física Sutil" (já apresentada em NY em 1996), "Embaixo do Meu Chapéu" (vista na Bienal de Veneza em 1995) e uma terceira, apresentada na Bienal do Barro, em Caracas, no ano passado, em que garotas deixavam a marca de seus órgãos sexuais em montinhos de barro. A quarta performance de Tunga ainda é secreta.

Com agências internacionais.

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