São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
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Ministro de Israel promete se opor a liberdade de palestinas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ministro da Justiça de Israel, Tzachi Hanegbi, anunciou que vai se opor à libertação de três prisioneiras palestinas condenadas por assassinato ou tentativa de assassinato pela Justiça de Israel.
Entre elas pode estar a brasileira Lamia Maruf Hassan, presa há dez anos pelo envolvimento na morte de um militar israelense.
Os acordos entre israelenses e palestinos prevêem a libertação de 23 prisioneiras palestinas -entre elas Lamia. O governo disse que a libertação deve acontecer entre hoje e amanhã.
O ministro Hanegbi disse que não vai assinar a recomendação para libertação. Uma porta-voz do ministério disse que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu poderia contornar o problema assinando pessoalmente a recomendação, a ser enviada ao presidente Ezer Weizman.
Na manhã de hoje, a Corte Suprema deve ouvir uma moção contra a libertação, possivelmente o último entrave legal para que ela ocorra.
A libertação estava na pauta da reunião de ontem entre Netanyahu e o líder palestino, Iasser Arafat.
David Bar-Illan, assessor do governo Netanyahu, havia dito que na reunião o premiê israelense comunicaria oficialmente a libertação das palestinas presas por participar de ações contra Israel.
Na saída do encontro, porém, o assunto da libertação das prisioneiras não foi abordado.
Arafat e Netanyahu se reuniram por mais de uma hora em Erez (posto fronteiriço entre Israel e a faixa de Gaza).
A principal decisão anunciada foi a criação de comissões para tratar de questões ainda pendentes no processo de paz.
As comissões devem tratar, entre outros assuntos, da criação de um corredor entre Gaza e a Cisjordânia (controlados parcialmente pelos palestinos) e negociações sobre o estatuto definitivo dos territórios palestinos.
Crise no poder
O premiê de Israel deve depor frente a uma comissão que investiga acusações de tráfico de influência em seu governo. O porta-voz de Netanyahu, Shai Bazak, disse ontem que o dirigente israelense comparecerá frente à comissão quando regressar de uma viagem aos Estados Unidos, programada para esta semana.
A comissão que investiga o caso já interrogou o prefeito de Jerusalém, Ehud Olmert, e numerosos ministros, entre os quais o da Justiça e o das Finanças.
O governo é acusado de nomear procurador-geral simpatizante de Arieh Deri, líder do partido Shas, que está sendo processado em caso de corrupção, em troca do apoio do partido religioso de direita ao acordo de Hebron.
O apoio do Shas foi essencial para a aprovação do acordo que permitiu a retirada das tropas israelenses de Hebron.
Líbano
Gideon Ezra, deputado pelo Partido Likud (governista), anunciou ontem que um grupo de deputados, generais da reserva e ex-integrantes do Shin Bet (serviço de inteligência de Israel) estuda alternativas para a política do país no Líbano.
Ezra não quis especificar quais foram as alternativas estudadas.
Desde 1985, Israel ocupa uma faixa de 15 km de largura do sul do Líbano para prevenir ataques terroristas ao norte de seu território.
Netanyahu havia dito na sexta que não aceitaria um retirada unilateral de Israel da zona de segurança no Líbano.

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