São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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Macheza constitucional

Agosto de 1961. Jânio Quadros renuncia à Presidência. O vice, João Goulart, está em viagem à China. Setores das Forças Armadas resistem a dar posse a Jango.
Os discursos pegam fogo nas sessões da Câmara. Um inimigo de Jango, Adauto Lúcio Cardoso (UDN-RJ), sobe à tribuna.
Enquanto isso, o cearense Bonaparte Maia dormia no plenário. Outro deputado, João Veiga (PTB-AM), que gostava de pregar peças nos parlamentares, acorda o sonolento colega:
- Você viu, Maia? O Adauto tá dizendo que no Ceará não tem homem. Só tem chifrudo.
Maia nem pede aparte:
- Deputado, não tem homem é no Rio. É lá que só há chifrudo.
O plenário gargalha. Cardoso, que fazia um discurso defendendo a posse do vice, não entende a fúria de Maia e ironiza:
- Não me parece que defender a Constituição seja um desrespeito aos homens do Ceará.
Vendo que caíra em uma armadilha, Maia sai de fininho.

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