São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997 |
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Porta-bandeira vira bailarina
ROGERIO SCHLEGEL
Lucinha, 21, primeira porta-bandeira da Mocidade, desconfiou que a iniciativa poderia ser tão desastrosa quanto ousada. Pediu tempo e aulas com especialista para relembrar passos de balé que não arriscava havia cinco anos. Na madrugada de ontem, o Sambódromo, os quatro jurados do quesito incluídos, aplaudiram de pé a audácia dele e a aplicação dela. A inovação começou com a fantasia. Em lugar do tradicional e pesado vestido rodado, Lucinha usava um adereço leve na cabeça, saia de balé e sapatilhas. Sua coreografia incluiu passos na ponta dos pés. Lucinha e seu parceiro, Rogério, 20, ainda foram acompanhados por 12 bailarinas, que sambaram em ponta e fizeram vôos -corridinhas imitando movimento de pássaros- emoldurando o casal. Tudo inspirado no segundo ato do balé "O Lago dos Cisnes", segundo Sônia Villela, do Municipal do Rio, que deu aula dois meses ao casal e acompanhantes. "Foi uma das maiores emoções da minha vida", dizia Lucinha. Ela começou a chorar a 100 m do fim da passarela e parou 15 minutos após largar a bandeira. A apresentação teve pequenos problemas de sincronismo e simetria, especialmente com as bailarinas. Mas a culpa é quase toda de fotógrafos e cinegrafistas, que prejudicaram sua evolução de tão afoitos para registrar uma das raras invenções deste Carnaval. Texto Anterior: Mocidade desfila sob gritos de 'bicampeã' Próximo Texto: Correria abre 'buracos' em alas da Portela Índice |
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