São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997 |
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Saúde reduz a 25% compra de vacinas
ABNOR GONDIM
Segundo Juarez, a compra de apenas 10 milhões de doses da vacina contraria proposta da Comissão Nacional de Controle das Hepatites Virais. A comissão recomendou a vacinação de crianças de até 14 anos e das populações consideradas de risco, como na Amazônia (onde se concentra a maior parte dos casos de contaminação), periferias urbanas e profissionais de saúde. Em carta ao ministro Carlos Albuquerque (Saúde), Juarez condenou o fato de a FNS não ter sido consultada sobre a decisão, defendida pelo secretário-executivo do ministério, Barjas Negri. Juarez afirmou ao ministro que o secretário-executivo levou em consideração apenas a opinião do secretário de Assistência à Saúde do ministério, Antonio Werneck. Na carta, Juarez acusa Negri de desconhecer as finalidades da fundação. "É insuportável admitir que o secretário-executivo, economista e jovem, tenha a visão dos problemas sociais brasileiros atrelados a cifras econômicas e, para tanto, desrespeite pessoas e conceitos éticos." Professor titular de epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Juarez era da equipe do ex-ministro Adib Jatene, que deixou o governo em novembro passado. Segundo o Ministério da Saúde, Juarez estava interinamente no cargo. A presidência da FNS será assumida pela médica paraense Elisa Sá. Sem epidemia O secretário de Assistência à Saúde, Antonio Werneck, disse que o país não tem epidemia de hepatite B para justificar a aquisição de 40 milhões de doses. Segundo ele, o secretário-executivo Barjas Negri disse que a proposta anterior foi rejeitada por causa das dificuldades financeiras do ministério. Para Werneck, o decisão mais importante do ministro Carlos Albuquerque foi incluir a vacina contra a hepatite B no calendário nacional de vacinações. Serão atendidas crianças com menos de um ano de idade. A assessoria de Comunicação Social do ministério informou que em março o ministro irá inaugurar uma fábrica de vacinas contra a hepatite B no Instituto Butantan, em São Paulo. A produção prevista é de 10 milhões de doses e ampliará a oferta da vacina. A Folha procurou o ministro Carlos Albuquerque durante o período do Carnaval, mas não conseguiu localizá-lo. Texto Anterior: Paulistano aproveita sol e adia volta Próximo Texto: Vírus atinge seis Estados Índice |
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