São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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Hanseníase deve aumentar no Norte

DA REPORTAGEM LOCAL

O número de portadores da hanseníase tende a crescer especialmente nos Estados do Norte do país, prevê o Ministério da Saúde. O Brasil tem 167 mil hansenianos e cerca de 36 mil novos casos surgem a cada ano. É o segundo país com maior número de doentes no mundo, só superado pela Índia, que tem 500 mil doentes.
"Estamos prevendo um aumento no número de casos e já pedimos mais medicamentos para 1997", disse Maria Leide de Oliveira, coordenadora nacional da Dermatologia Sanitária.
O aumento se deve a irregularidades na distribuição dos remédios, interrupções no tratamento e falta de um diagnóstico correto.
A meta da Organização Mundial da Saúde para o país era chegar ao ano 2000 com menos de um caso para cada 10 mil habitantes. Os especialistas prevêem que o objetivo não será atingido.
No país todo, a prevalência é de 8,82 doentes para cada grupo de 10 mil pessoas. Mas nos Estados do Norte a média supera 20 doentes por 10 mil habitantes. O Estado do Amazonas é, de longe, o campeão da América Latina, com prevalência de 32 hansenianos por grupo.
O situação preocupa tanto que já foi eleito um dos temas principais do 33º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, que acontece em Belo Horizonte, entre os dias 24 e 27 próximos.
A hanseníase, popularmente conhecida como lepra, é causada pelo bacilo leprae e é transmitido pelo contato direto e prolongado com o doente.
A doença é hoje curada em tratamento de no máximo dois anos, sem necessidade de internação. Cerca de 30% dos pacientes apresentam a chamada "reação leprótica", um agravamento da doença que exige o uso do medicamento talidomida. "É o único remédio capaz de controlar a reação violenta do organismo ao bacilo", diz o dermatologista Sebastião Almeida Prado Sampaio.

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