São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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Assaltante procurado é suspeito de liderar 'gangue do motel'

DA FOLHA CAMPINAS

A Polícia de Campinas (99 km de SP) suspeita que o assaltante conhecido na região por "Capeta" seria o líder da "gangue do motel". O grupo matou pelo menos cinco pessoas na madrugada de sábado.
A investigação vem sendo mantida sob sigilo. O delegado do 4º DP, Cláudio Alvarenga, não foi encontrado ontem para comentar as informações.
Policiais envolvidos na investigação, no entanto, afirmaram à Folha que há fortes indícios de que o líder seja mesmo o "Capeta".
No local, o grupo sequestrou e matou um casal e uma funcionária, usando o carro do taxista.
A polícia, segundo informações obtidas pela Folha, estaria precisando ouvir apenas mais uma testemunha para confirmar as características do assaltante.
Essa testemunha seria a funcionária do motel, que presta depoimento amanhã. Seu nome não foi divulgado.
"Capeta" é o bandido mais procurado da região. Condenado por assalto a bancos, ele está foragido da polícia e seria responsável por vários crimes em Campinas e Sumaré, sua principal área de atuação, desde o final do ano passado.
A audácia é uma das principais características do assaltante. Em novembro do ano passado, ele chegou a atirar uma granada em um carro da PM que o perseguia. A granada não explodiu.
'Metropolização' da violência
O secretário municipal da Segurança, Ruyrillo Pedro de Magalhães, 46, pretende combater a violência em Campinas cercando as entradas da cidade com barreiras policiais.
Para Magalhães, o crescimento da região provocou uma espécie de "metropolização" da violência, atraindo para Campinas criminosos "forasteiros".
"Hoje, o sujeito sai de Sumaré, por exemplo, para vir roubar em Campinas, que é a cidade mais rica e está atraindo esse tipo de assaltante", disse. Ele não soube informar quanto o crime "metropolizado" representa no total de ocorrências da cidade.
O fenômeno está presente, segundo o secretário, em quase todos os casos de roubos seguidos de sequestro em Campinas.
Nessas ocorrências, as vítimas normalmente são abandonadas em outras cidades, que seriam os redutos de origem dos assaltantes. A estratégia ainda será discutida com policiais de outras cidades.

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