São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997
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Adaptação a 'novo fuso' leva até 1 semana

DA REPORTAGEM LOCAL

O corpo humano demora até uma semana, em alguns casos, para se adaptar a mudanças de horário como a que vai ser feita amanhã, segundo a cronobióloga Miriam Morato de Andrade, 35.
Miriam é pesquisadora e professora da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Assis (460 quilômetros a oeste de São Paulo).
Sua dissertação de mestrado e sua tese de doutorado foram elaboradas sobre o funcionamento do relógio biológico humano.
Para ela, toda mudança no horário causa reações no organismo humano. "O corpo está sincronizado em um certo horário. Mudanças acarretam alterações transitórias que demoram um certo tempo para serem totalmente absorvidas", diz ela.
Mas o início do horário de verão, quando as pessoas "perdem" uma hora, é mais nociva à saúde que o fim dele.
Segundo a pesquisadora, há estudos internacionais que mostram um aumento do número de acidentes causados pela queda na atenção das pessoas quando começa o horário de verão.
A pesquisadora diz que o "ganho" de uma hora, como o que vai ocorrer amanhã, não afeta tanto o metabolismo porque o ser humano tem naturalmente mais facilidade para dormir mais tarde e acordar mais tarde.
Sintomas O que deve ocorrer a partir de amanhã, segundo Miriam, é uma antecipação de diversos horários biológicos, como os da fome, do sono, entre outros.
Outro sintoma da dificuldade de adaptação é o agravamento da insônia em pessoas que já manifestam dificuldade em pegar no sono.
"A adaptação depende do tipo de pessoa", diz ela. Nesse caso, indivíduos mais sensíveis podem apresentar irritação e ansiedade, agravados pela mudança da luminosidade natural em certos períodos do dia.
Em seus estudos, Miriam classifica as pessoas em três tipos básicos, segundo seus relógios biológicos: são eles matutinos, vespertinos e indiferentes.
A alteração do horário, segundo Miriam, vai beneficiar mais os vespertinos, pessoas que normalmente ficam mais ativas durante a tarde e a noite.

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