São Paulo, segunda-feira, 17 de fevereiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Distrito Federal já possui 1.800 clientes
RUI NOGUEIRA
Oficialmente, chama-se Funsol, Fundo de Solidariedade para Geração de Emprego e Renda. Hoje, o "banco" tem 1.800 clientes. O valor médio dos empréstimos é R$ 2.700. A inadimplência oscila entre 2,5% e 2,7%. Pelas regras do Funsol, cada microinvestidor pode tomar emprestados, no máximo, R$ 5.000. Cooperativas ou empresas associativas podem receber R$ 5.000 por cooperado, até o limite de R$ 25 mil. Por ser o primeiro, o "banco do povo" do DF travou uma batalha especial com a burocracia do BC (Banco Central) para livrar os empréstimos populares da taxa de 12%, relativa ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A isenção só saiu depois que a presidente do Conselho Consultivo do Programa Comunidade Solidária, Ruth Cardoso, intercedeu junto ao BC, em abril de 96. O Funsol começou com R$ 4,5 milhões do orçamento do governo do DF. O valor cresceu para R$ 12 milhões a partir da associação do Funsol com o banco do governo do DF, o BRB (Banco de Brasília). A Secretaria de Trabalho e o BRB administram o "banco do povo". O BRB empresta R$ 2 para cada R$ 1 que o governo coloca no fundo. Os microinvestidores vão de costureiras a carroceiros, de vendedores de cachorro-quente e pipoca a cozinheiras. Ninguém precisa ter bens para dar em garantia. Basta só o testemunho de alguém que garanta a seriedade do candidato. O financiados fazem treinamento inicial de dois dias e, já produzindo, outro mais detalhado, com seis semanas de duração, dado pela Universidade de Brasília. Segundo o secretário do Trabalho, Pedro Celso, "o microinvestidor recebe noções de marketing pessoal, de vendas, dados sobre a realidade do mercado onde atua". A mais nova experiência de crédito do "banco" do DF é o financiamento de franquias populares. Uma fábrica de sorvete do DF, dona de uma marca conhecida na região, interessou-se em expandir as vendas. Os vendedores nas cidades-satélites do DF recebem do "banco do povo" financiamento para comprar até dois freezers e cinco carrinhos de vendas. Segundo o governo do DF, os donos dos freezers e dos pontos centrais de venda estão lucrando cerca de R$ 1.400 por mês. Os vendedores ambulantes dos picolés tiram, em média, R$ 300 por mês. (RN) Texto Anterior: Grupo facilita empréstimo Próximo Texto: Coordenador de mutirão quer criar cooperativa habitacional Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |