São Paulo, segunda-feira, 17 de fevereiro de 1997
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Corte era feito 'na boca do caixa'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Motivos políticos fizeram o governo evitar anunciar previamente cortes no Orçamento nos dois primeiros anos de mandato do presidente FHC.
Os cortes foram feitos mês a mês "na boca do caixa" do governo, sem alarde -um procedimento que o próprio FHC chegou a condenar, por tornar pouco transparente a execução do Orçamento.
O mecanismo tornava a lei orçamentária uma "peça de ficção", reescrita pelo Tesouro Nacional, que autorizava os gastos. Mas continha a pressão dos políticos aliados, engajados em garantir dinheiro público para projetos em suas bases eleitorais.
Foi também para escapar às pressões dos aliados no Congresso que o governo acabou suspendendo temporariamente o envio de mais um pedido de prorrogação do FEF até dezembro de 1999 -um ano depois do término do atual mandato de FHC.
A proposta chegou a ser anunciada em outubro pelo Ministério da Fazenda. Mas foi deixada de lado para não atrapalhar o objetivo número um do governo: conseguir votos para aprovar a possibilidade de reeleição do atual presidente.

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