São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997
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Mau tempo atrapalha a Operação Centro

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A chuva atrapalhou o quarto dia da Operação Centro, feita pela tropa de choque da Polícia Militar com objetivo de reduzir a violência na região central de São Paulo.
Segundo o Comando de Policiamento de Choque (CPChoque), policiais que estavam a pé ou a cavalo precisaram deixar as ruas e voltar aos quartéis ontem à tarde, quando começou a chover no centro da cidade.
Após a saída da PM, a reportagem da Folha percorreu a região da estação da Luz (centro) e flagrou menores fumando crack. Alguns, armados de paus, cacos de vidro e estiletes, voltaram a assaltar motoristas em semáforos.
"Assim que a cavalaria foi embora, os moleques começaram a assaltar. Eu vi três assaltos a mulheres no semáforo da avenida Cásper Líbero em menos de uma hora", afirmou o comerciante Jorge Carvalho, 32, dono de um bar na região da estação da Luz.
Praças
O CPChoque priorizou ontem o policiamento nas praças da Sé e da República (centro), principalmente nas saídas das estações de metrô, locais onde acontecem muitos furtos e roubos a pedestres.
Até o meio-dia, três pessoas haviam sido presas por tráfico de drogas, uma por furto e uma por tentativa de homicídio.
Vinte e quatro pessoas haviam sido conduzidas a distritos policiais para averiguação. Duas delas eram foragidas da Justiça e ficaram presas.
"Isto é um sinal de que a operação está dando certo, deixando a população da região mais segura", afirmou Vaz de Lima.
O delegado Choji Myiaki, titular da Delegacia Seccional Centro, concorda com o capitão. Para ele, a presença ostensiva da PM nas ruas inibe a ação dos bandidos.
"O número de assaltos e furtos no centro caiu bastante desde o início da operação. Espero que isso convença a Polícia Militar a permanecer nas ruas mesmo após o final dessa ação", declarou Myiaki.
Mendigos
A Polícia Militar conseguiu desde ontem 73 vagas em albergues e centros comunitários para mendigos retirados das ruas na Operação Centro.
Segundo o capitão Vaz de Lima, a PM está fazendo um trabalho de assistência social, tentando convencer os indigentes a deixar as ruas. Aqueles que se recusam, continuam onde estão.
"Percebemos que não adianta forçá-los a deixar as ruas porque eles voltam em seguida."

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