São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997
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"Preços poderão competir com o Caribe"

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

A redução nas taxas de juros cobradas pelas administradoras de cartão de crédito no Brasil vai funcionar como principal incentivador do crescimento do turismo interno no país nos próximos meses, segundo a maioria das agências de viagem e operadoras de cartão ouvidas pela Folha.
Segundo as operadoras, as altas taxas cobradas para o financiamento das viagens determinam a escolha final do passageiro.
"Os preços de pacotes e fretamentos internos e para o Caribe são muito parecidos. O que define a escolha do turista, na maioria das vezes, é a facilidade de financiamento", afirma José Vitório Jerônimo, diretor-regional da CVC.
Ele explica que a redução nas tarifas aéreas e dos hotéis já supera 70% no caso dos fretamentos e pacotes. "Mas os juros no país ainda são muito altos."
Segundo ele, só o fato de o governo resolver tratar o setor com mais seriedade já é uma vitória. "Há mais de dois anos estamos em contato com o governo e com a Embratur. O turismo precisa, de uma vez por todas, ser encarado como uma indústria." No mercado interno, cerca de 90% dos pacotes da CVC são feitos por fretamento.
Para Walter Folegatti, diretor de vendas da agência Panexpress, as medidas podem auxiliar o turista na hora de escolher entre um destino dentro do país e outro no Caribe, por exemplo.
"A região Nordeste tem potencial pouco explorado. Esse tipo de medida pode incentivar o mercado interno como um todo."
Ele acredita, porém, que a medida terá pouco impacto em operadoras como a sua, que atuam com mais de 90% de fretamentos nesse mercado. "Esse tipo de pacote já possui tarifas bem reduzidas."
Segundo Folegatti, o maior impacto será notado pelas operadoras que trabalham com vôos regulares das companhias.
Na baixa temporada, que começou logo após o Carnaval, os descontos nas tarifas áreas costumam girar em torno de 40%. Com as novas medidas, os incentivos podem superar os 50%.
Já para Luiz Clóvis Banzato, assessor de vendas da agência Costa, esse tipo de medida é mais política do que prática. "Os financiamentos podem ser feitos por pré-datados, não precisam ser via cartão. E os preços não são tão diferentes."
As administradoras de cartão ainda estão estudando a possibilidade de seguir o exemplo da Credicard e adotar uma redução de suas tarifas, mas apóiam a medida.
"Acredito que todas vão adotar o mesmo procedimento no futuro", afirma Gastão Mattos, diretor de marketing da Visa.

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