São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997
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Foi cronista de época

ADI LEITE
EDITOR-ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA

As pessoas que forem visitar a exposição de Robert Mapplethorpe no MAM-SP estarão entrando em contato com a obra fotográfica de um cronista que utilizou como tema a sua própria vida.
A impressão que se tem é que Mapplethorpe procurou resolver esteticamente o seu conflito em vida, sua preocupação com a forma humana, evidenciada inclusive em seus estudos com flores.
Tudo está voltado para a sensualidade, ainda que de uma forma cruel. Essa sensual crueldade, certamente o fator causador da polêmica em torno de sua obra, cujo tema ainda não foi assimilado pela sociedade, embora já tenha sido assimilado pela mídia (um de seus auto-retratos serve para a campanha publicitária da grife Helmut Lang).
Seu refinamento estético foi objeto de estudo do Museu de Fotografia da Califórnia, que fez uma exposição comparativa da obra de Mapplethorpe com a obra de Edward Weston.
Filho de uma família católica, em sua adolescência aprendeu a tocar saxofone, pois queria ser músico. Depois foi estudar pintura e escultura no Pratt Institute, no Brooklyn.
Começou a se interessar por fotografia ao entrar em contato com fotos de sex shops e revistas de pornografia homossexual.
Entre 69 e 70, passou a fazer seleção de imagens para revistas pornográficas. A partir de 72, começou a produzir suas primeiras imagens com uma Polaroid.
A partir de 1977, quando comprou uma câmera Hasselblad, passou a se dedicar inteiramente à fotografia e desenvolveu seu trabalho em estúdio. Nos anos 80, colaborou com várias revistas, como "Vanity Fair" (para a qual fez o retrato de Sonia Braga acima) e "Vogue", entre outras.

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