São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997 |
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Drama e conflitos são obrigatoriedade na série
PATRICIA DECIA
"Na Real" foi desenvolvido pelos produtores independentes Mary-Ellis Bunim e Jon Murray, que trabalhavam nas intermináveis novelas feitas nos Estados Unidos, as soap operas. No livro "The Real Real World", Murray conta que, para conseguir a dose certa de apelo, eles chegaram a promover encontros entre os participantes da série. Segundo ele, não deu certo, mas o drama aconteceu espontaneamente, inclusive com o envolvimento amoroso de uma das garotas com um diretor e sua consequente demissão. Cada um dos seriados tem um participante "problema". O maior exemplo é o entregador Puck, um rapaz politicamente incorreto, pouco adepto de hábitos de higiene e que acabou sendo expulso pelos outros no meio das gravações. As filmagens são feitas em geral por três câmeras, uma que fica permanentemente na casa e mais duas que acompanham o "elenco" nas ruas. Cada um dos participantes carrega um bip, para ser localizado a qualquer hora do dia, caso algo aconteça. Em Los Angeles, diretores acompanham tudo o que está sendo filmado por monitores e determinam o que deve ser explorado. Aids Um dos dramas de "Na Real" ganhou proporções de trabalho assistencial. Trata-se da história do educador cubano Pedro Zamora, que participou da série em San Francisco e morreu logo após o termino das filmagens, em 94, vítima de Aids. Zamora se candidatou ao programa com o objetivo claro de discutir os problemas de um portador do vírus HIV e contribuir para a diminuição do preconceito, especialmente junto aos jovens. Após sua morte, foi criado o "Pedro Zamora Memorial Fund", pela entidade norte-americana "Aids Action", com o objetivo de arrecadar dinheiro para ações de prevenção e apoio a doentes de Aids adolescentes. (PD) Texto Anterior: Filial segmenta a programação Próximo Texto: Jum Nakao desfila orientalismo sexy Índice |
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