São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997 |
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Herchcovitch brilha com nova alfaiataria; Haten acerta a mão
ERIKA PALOMINO
A novidade é que Herchcovitch agora faz alfaiataria. E bem-feita. Para entrar no mercado inglês, seu próximo passo, o estilista se forçou a ternos, calças e looks em que a costura é o ponto forte. Continua, entretanto, o trabalho sobre as formas e sobre a imagem. Nisto ele continua desafiador. Seus modelos têm o rosto coberto por um aplique de canutilhos pretos. O efeito é algo próximo de um orixá de candomblé -fashion. O rosa e o amarelo fluo são as cores da coleção, fora o preto. Aparecem em laços gigantes atrás dos ternos femininos; em looks quase incompreensíveis (desdobramentos de coleções anteriores) lidando com transparências e sobreposições. O vermelho vem de quando em quando, em sensuais peças de látex que o estilista aprimora a cada coleção. Desta vez há uma camiseta regata, decotada, perfeita. Os volumes das peças em alfaiataria lembram o tratamento do japonismo dos anos 80 em grandiosidade e técnica. Um dos momentos mais empolgantes foi o bombom cor-de-rosa, com o laço atrás, mas foi o final o mais emocionante: com luz negra e todo o restante às escuras, os modelos entraram para agradecer em fila, com os cabelos acesos, por causa da tinta fluorescente. Rolou. Desta vez Fause Haten, que desfilou sua marca Der Haten anteontem à noite, fez o desfile que não conseguiu na última temporada. Insistiu no look susto e acertou, bem como nos fluidos e sensuais vestidos recortados do início do desfile. A imagem é mais moderna e limpa, sobretudo até a primeira parte, encerrada com os terninhos de cetim stretch. Bom uso de transparências e brilho garantem roupas de noite menos espalhafatosas que na coleção anterior. Ainda, Haten consegue evoluir na forma do biquíni, para suas partes de cima. Se o final do desfile desliza em algumas roupas de shantung colorido, ao menos o estilista avança em termos de criação. O que já vale uma coleção. Texto Anterior: bastidores Índice |
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