São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997
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Stevie Wonder; The Heads; Makaveli; "Space Jam"; Scatman John; Vicente Barreto

PEDRO ALEXANDRE SANCHES; PATRICIA DECIA

Stevie Wonder
"Song Review - A Greatest Hits Collection" (PolyGram) resume Stevie Wonder, um daqueles -poucos- artistas que justificam coletâneas desse porte. Reúne o melhor e o pior do artista, de clássicos como "Superstition" (72) ou "Signed, Sealed, Delivered, I'm Yours" (70) ao pop abregalhado de "Ebony & Ivory" (82) ou "I Just Called to Say I Love You" (84). Pior que um bom disco de Wonder, melhor que um mau disco de Wonder.
(PAS)

The Heads
Com vários meses de atraso, ganha edição brasileira "No Talking Just Head" (Universal), a ressurreição dos Talking Heads. A ausência do ex-líder da banda, David Byrne, é suprida com rotatividade de vocalistas -destaque para Deborah Harry, Richard Hell e, sobretudo, Johnette Napolitano, do Concrete Blonde (no clássico instantâneo "Damage I've Done"). Trata-se, abençoadamente, de Talking Heads sem cabecismo.
(PAS)

Makaveli
"The Don Killuminati - The 7 Day Theory" (Universal) é o disco 'póstumo' do rapper Tupac Shakur, que assume a persona Makaveli, inspirado no filósofo Maquiavel. O álbum foi finalizado dias após seu assassinato (sexta-feira, 13 de setembro de 96) e segue na linha gangsta rap. Tupac fala de racismo, a vida em Los Angeles, bandidagem e sexo tocando em temas religiosos, como em "Hail Mary" e "Blasphemy".
(PATRICIA DECIA)

"Space Jam"
A trilha do filme "Space Jam" (Continental), em que Michael Jordan contracena com Pernalonga, é como uma versão Primeiro Mundo de "Salsa e Merengue". Reúne a nata da baba do universo rap/ rhythm'n'blues anos 90, que vende disco como água. Do rap, há Coolio e (exceção à preguiça generalizada) Salt'n'Pepa. O setor r&b é de arrepiar: R. Kelly, Monica, All-4-One e D'Angelo se batem para ver quem é mais pasteurizado.
(PAS)

Scatman John
Com visual de um Eduardo "O Bom" Araújo anos 90, Scatman John chega com "Everybody Jam!" (BMG), em que a voz grave e potente se dissolve num oceano de sintetizadores de dance music, pseudo-rap e muito malabarismo vocal -quase sempre excessivo. O CD começa a ficar insuportável já na segunda faixa, "Everybody Jam!", que incorpora levadas latinas que não fariam vergonha a Ricky Martin.
(PAS)

Vicente Barreto
O baiano Vicente Barreto lança "Mão Direita" (Dabliú), seu sétimo disco. Embora pouco conhecido, ele tem história: participou de discos como "Estudando o Samba" (75) e "Correio da Estação do Brás" (78), de Tom Zé, e compôs com Elton Medeiros e Vinicius. O CD se apóia em arranjos discretos e delicados puxados no violão, sempre entre regionalismo e bossa nova. O destaque é "Fuzuê", com Tom Zé no contracanto.
(PAS)

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