São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997
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Nucci, falso mineiro, toca no Supremo

Músico afirma unir 'o dito popular e o dito erudito'

HCS
DA REDAÇÃO

Hoje a noite é rural.
Considerado mineiro por muitos falsos conterrâneos, o paulista radicado no Rio de Janeiro Cláudio Nucci, 40, mostra hoje no Supremo Musical um retrospectiva de sua carreira, iniciada em 1976.
Nucci recebeu, em 96, o Prêmio Sharp de melhor disco e cantor pelo trabalho "Ê Boi", realizado com o conjunto vocal Nós e Vós.
O trabalho foi bancando por uma empresa de produtos veterinários.
No show, acústico, Nucci apresentará músicas de seu próximo CD, "Casa da Lua Cheia".
Herança
Nucci formou, com Zé Renato, Maurício Maestro e David Tygel, em 1978, o grupo vocal Boca Livre. Em 1981, lançou seu primeiro trabalho solo, "Cláudio Nucci", com arranjos de Wagner Tiso e Dori Caymmi.
Nucci afirma que o gosto pela modinha, valsa, calango e rancheiras, que formam a base de suas composições, não é fruto da saudade do interior de São Paulo. Mas diz não poder abrir mão da herança: "Faz parte de mim".
Ele lembra dos avós, que tocavam valsa com violinos em fazendas do interior do Estado.
Quando tinha 15 anos, depois de passar por Bauru, Dois Córregos e se fixar em Campinas, a família mudou-se para o Rio, e Nucci encontrou os ritmos cariocas, nordestinos e a música do mineiro Milton Nascimento.
"Respeito muito a música urbana carioca, e também os compositores que fazem ou usam o samba fora do Rio", afirma.
Com a influência musical de Milton Nascimento, Nucci quase herdou sua origem.
Com frequência, perguntam-lhe de que parte de Minas é.
Com toda essa mistura, o ex-Boca Livre acredita que seu trabalho consegue unir "a música dita erudita e a dita popular". "Na verdade, a música é uma só", sentencia.

Show: Cláudio Nucci
Quando: hoje a sábado, às 22h; domingo, às 21h
Onde: Supremo Musical (r. Oscar Freire, 1.000, tel. 852-0950)
Quanto: R$ 10

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