São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997 |
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Joalheiro assaltado seis vezes quer fechar loja
MARCOS PIVETTA
Anteontem, Burti colocou em frente à loja, na alameda Gabriel Monteiro da Silva, 653 (Jardim Paulistano, zona oeste de São Paulo), uma faixa pedindo a "compreensão" dos amigos e clientes por ter que manter cerradas temporariamente as portas da joalheria. Embora fale em fechar a Matisse provisoriamente, Burti não descarta a hipótese de nunca mais abrir a joalheria, de sua propriedade há 30 anos. "Não dá mais", disse Burti à Folha. O joalheiro é ex-presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). "Estou como um lutador de boxe. Após o sexto assalto, jogo a toalha." Burti, que casa hoje um de seus quatro filhos, compara o possível fechamento da Matisse ao funeral de um ente querido. "É como enterrar um filho", afirmou o empresário. "Estou quase fechando o caixão." O empresário, que também é dono de uma concessionária de veículos, não estava na loja na hora do último assalto, na manhã de sábado passado. Às 6h, dez homens armados com metralhadoras invadiram a joalheria, mantiveram 11 pessoas (inclusive três seguranças) como reféns por quatro horas e meia e limparam os três cofres da loja. "Não ficou nada", disse Jordi Vieira, 27, caseira da joalheria, que foi a primeira pessoa a ser dominada pelos assaltantes. Burti não revela o montante do prejuízo. Para não ser identificados, os assaltantes estavam com os rostos cobertos por capuzes ou camisas. Renata, filha de Burti, que administrava a joalheria, foi uma das pessoas rendidas. Não houve violência física, mas os assaltantes ameaçaram matar os reféns se os cofres não fossem abertos. "O maior problema é o trauma psicológico que fica dessa sucessão de roubos", disse Burti. Por isso, o empresário pensa em se mudar para o interior, em busca de maior segurança. Burti estava presente em duas ocasiões em que a loja foi assaltada. "Já cheguei a ter uma pistola 9 milímetros apontada dentro da boca num desses assaltos", disse Burti. Além de ter sua joalheria assaltada frequentemente, o empresário foi quatro vezes vítima de pequenos furtos nas ruas de São Paulo. Sua mulher foi roubada duas vezes e todos os seus filhos também já foram assaltados fora de casa. Texto Anterior: Ladrão morre em tentativa de assalto em elevador Próximo Texto: STF nega anulação de julgamento de Pádua Índice |
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