São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997
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"Somente o melhor"

EDUARDO OHATA

"Estou retornando para desafiar o melhor". Esta frase foi dita por Sugar Ray Leonard, quando este retornou da aposentadoria para desafiar o "maravilhoso" Marvin Hagler.
Todos achavam que o bem-estar físico de Leonard estava em perigo. Afinal, após 35 meses de inatividade, enfrentaria o campeão unificado dos médios. Pior, nos últimos cinco anos havia competido apenas uma vez, em 1984, contra kevin Howard. Antes de nocautear Howard no nono assalto, Leonard sofreu uma queda.
Hagler, por outro lado, não perdia há mais de 10 anos. Vitórias por nocaute sobre todos os desafiantes, com a única exceção de Roberto "Manos de Piedra" Durán, em 1983, ajudaram a construir uma aura de invencibilidade ao seu redor.
Ao final do confronto entre Leonard e Hagler, em 1987, o público que lotava as dependências do Caesar's Palace, em Las Vegas, não acreditava naquilo que acabava de presenciar. Leonard vencia Hagler por pontos. Um milagre, que só fez engrandecer o mito Sugar Ray Leonard.
Mas, se como Leonard disse, seus retornos são motivados por desafios especiais, qual o sentido em voltar contra Hector "Macho" Camacho?
As últimas grandes atuações dos porto-riquenhos aconteceram há mais de 12 anos, contra os mexicanos "Bazooka" Limon e José Luís Ramirez, respectivamente pelos títulos dos superpenas e leves do Conselho Mundial. Em suas últimas apresentações de alguma relevância, perdeu para os campeões Júlio César Chávez e Felix Trinidad, além de encontrar muita dificuldade em vencer o panamenho Durán, então com 45 anos.
Amanhã, em Atlantic City, contra Camacho, Sugar tem muito a perder e nada a acrescentar a seu invejável currículo. A menos, é claro, que alguém esteja considerando o cinturão da inexpressivo Conselho Intercontinental de Boxe.

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