São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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Metrópoles param de crescer, diz censo

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Levantamento de 96 do IBGE revela que SP, Rio e Minas Gerais chegaram ao limite de crescimento

As grandes cidades brasileiras chegaram a seu limite de crescimento populacional. Essa é a principal conclusão da análise dos da dos da contagem de população realizada em 96 pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ontem, o instituto divulgou os dados dos três maiores Estados brasileiros, São Paulo, Rio e Minas Gerais.
A capital paulista teve contabilizados 9.811.776 habitantes. Foi a mais baixa taxa de crescimento de sua história (0,3%), o que comprova "o processo de quase paralisação do crescimento das grandes áreas metropolitanas", segundo o presidente do IBGE, Simon Schwartzman.
A cidade do Rio, com 5.533.011 habitantes, cresceu menos (0,2%). Como as mulheres da cidade têm taxa de fecundidade inferior a dois filhos, "em 20 anos o Rio começará a ter decréscimo de população", disse Luiz Antônio Oliveira, chefe do Depis (Departamento de População e Indicadores Sociais).
Juntamente com a queda da taxa de fecundidade, que ocorre em todo o país, a principal causa do pequeno crescimento populacional de São Paulo foi a diminuição do fluxo migratório de outras regiões do país, segundo Oliveira.
No Estado de São Paulo, o crescimento da população foi de 1,5% -cerca de 1,1% se deve ao crescimento vegetativo (diferença entre nascidos e mortos). A população do Estado, medida pelo IBGE, é de 34.055.715, 17.289.808 mulheres.
Apenas 0,4% é consequência de fluxo migratório. Segundo Oliveira, mesmo sem dados definitivos, o IBGE já detecta um decréscimo do fluxo migratório no país.
Guarulhos
A chegada de São Paulo aos "limites espaciais e demográficos", segundo a análise do IBGE, acaba gerando como consequência o aumento populacional de algumas cidades vizinhas à capital, como Guarulhos, que cresceu 4,3% ao ano de 1991 até o ano passado, chegando a 972.766 habitantes.
Grandes cidades do interior paulista já enfrentam o mesmo fenômeno da capital. Mesmo com um crescimento de 1,4%, quase igual à taxa do Estado, Campinas, com 907.996 habitantes, já transfere população para cidades vizinhas.
Entre as dez cidades mais populosas de São Paulo, apenas Santos registrou queda de população, de 0,2% ao ano entre 1991 e 1996. A cidade tem 412.288 habitantes. A cidade paulista que teve maior crescimento relativo foi Santa Branca. Com seus 20.093 habitantes, cresceu 14,3%.
O Estado do Rio tem uma população de 13.316.455 habitantes, registrando um crescimento anual de 0,8%. A estimativa do IBGE é que o Estado tenha um saldo migratório (diferença entre as pessoas que vão morar e que deixam o Estado) negativo. O Rio tem a menor taxa de crescimento dos 19 Estados que tiveram seus dados divulgados até agora.

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