São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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Grupo convenceu gravadoras e vizinhos

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

O sucesso dos cinco rapazes dos Mamonas Assassinas foi um dos fenômenos mais extraordinários da história da música no Brasil.
Um sucesso que venceu a rejeição das gravadoras, o nariz torcido da mídia e até a má vontade dos vizinhos.
A fita demo do grupo foi enviada para cinco das seis maiores gravadoras do país -PolyGram, WEA, BMG, Sony e EMI.
As quatro primeiras não se interessaram pela banda. Na verdade, não se sabe nem mesmo se chegaram a ouvir a fita.
O mesmo aconteceria na EMI se Rafael Ramos, filho adolescente do diretor artístico da gravadora, João Augusto, não pegasse a fita para dar uma escutada.
Rafael, que já era baterista da banda Baba Cósmica, adorou o que ouviu, e a fita acabou sendo pirateada na escola.
Foi só com o aval de Rafael e dos colegas do filho que João Augusto resolveu ouvir o grupo com mais atenção.
Enquanto isso, durante os ensaios da banda, em Guarulhos, os pais dos cinco rapazes tinham que ouvir as reclamações dos vizinhos, descontentes com o barulho feito pelo grupo.
Com a gravação do disco e o sucesso meteórico, os vizinhos pararam de reclamar do barulho e formaram um fã-clube dos Mamonas Assassinas.
Mais tarde, em junho de 1995, a gravadora promoveu um show case dos Mamonas para a imprensa.
Dinho, Júlio Rasec, Alberto Hinoto e os irmãos Sérgio e Samuel Reoli deram o show vestidos como o personagem infantil mexicano Chapolim.
A maioria dos jornalistas reprovou o grupo. "É como uma piada que perde a graça contada pela segunda vez", disse um dos convidados. A piada foi contada 2,2 milhões de vezes.
Quando o jatinho que os transportava caiu na serra da Cantareira, no dia 3 de março, pondo fim a sete meses de sucesso, a comoção foi nacional. E 100 mil pessoas acompanharam o enterro em Guarulhos.
(LAR)

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