São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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POR CONTA PRÓPRIA

Assaltos e furtos há muito se tornaram, principalmente nas grandes cidades, extremamente frequentes. O poder público, por meio do aparato de segurança, não tem condições de evitar a ocorrência de tais fatos, mesmo que tivesse recursos para multiplicar sensivelmente e em curto espaço de tempo o número de policiais e veículos usados no patrulhamento.
Diante desse quadro de inevitabilidade, a população vem aprendendo a se prevenir contra a violência, alterando parte de seu cotidiano. Como forma de incentivar um maior cuidado por parte do cidadão, sem que este lance mão do artifício da defesa pessoal, a Polícia Militar do Estado de São Paulo preparou uma nova cartilha de orientação sobre como dificultar a ação de criminosos.
Não se trata de uma novidade no setor. As autoridades sempre orientaram a população sobre como aumentar sua segurança, principalmente em vésperas de feriados, quando os furtos a residências costumam ser mais comuns. Mas as estratégias dos assaltantes tornaram-se tão mais ousadas e complexas que as providências exigidas do cidadão devem acompanhar essa sofisticação.
A facilidade de ter um chaveiro perto de casa, por exemplo, deve ser desconsiderada, de acordo com a nova cartilha. Ao fazer uma nova chave para sua residência, o morador deve procurar um estabelecimento distante para assim reduzir o risco de sua chave ser duplicada por alguém que conheça seu domicílio.
Enquanto estiver em viagem, manter portas e janelas trancadas já não é suficiente. A PM sugere que seja desligada a campainha e suspensa temporariamente a entrega de jornais, para confundir um possível ladrão.
Com recomendações como essas, o poder público admite que certos atos criminosos escapam do controle policial. A verdade é que o cidadão estará, por vezes e em diversas situações, à mercê de sua sorte e de sua capacidade de prevenir situações de perigo.

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