São Paulo, quinta-feira, 6 de março de 1997
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Líder do PT 'conclama' para greves e invasões de terras

DANIELA PINHEIRO
DENISE MADUEÑO

DANIELA PINHEIRO; DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

José Dirceu diz que oposição não deve restringir atuação ao Congresso

O presidente do PT, José Dirceu, disse ontem que a oposição deve sair às ruas para "conclamar as greves e a ocupação de terras".
Segundo ele, os partidos de esquerda devem evitar restringir suas ações ao Congresso e se aproximar da população para mostrar "alternativa" ao governo FHC.
"Precisamos ir para as ruas conclamar as greves e a ocupação de terras. O bloco da oposição é importante para preservar também o Legislativo, já que a base já se ajoelhou", disse, referindo-se aos parlamentares que apóiam o governo.
As declarações foram feitas ontem à tarde durante a formalização do bloco parlamentar de oposição, composto pelo PT, PC do B e PDT, o que transformou o conjunto de partidos no quarto maior da Câmara, com 84 integrantes -atrás do PMDB, PFL e PSDB.
No domingo passado, líderes do PT, incluindo o presidente de honra, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanharam uma invasão simbólica de uma fazenda no Pontal do Paranapanema (oeste de São Paulo). Na ocasião, eles discursaram a favor da reforma agrária.
Marcha
O PT também tem apoiado a Marcha Nacional pela Reforma Agrária, Emprego e Justiça, que conta com a adesão de 600 trabalhadores sem terra e que deve chegar a Brasília em 17 de abril.
Ao analisar a política adotada pelo governo FHC, Dirceu disse que a linha seria a mesma dos tempos do regime militar.
"FHC está tomando todo o poder, como na época da ditadura. É todo o poder na mão de um homem, de um camarilha", disse. Camarilha é o conjunto de pessoas que cercam um chefe de Estado para influenciar suas decisões.
Em seu discurso sobre o bloco da oposição, Lula também atacou o governo. Ele enumerou atos de FHC que, a seu ver, revelam o "autoritarismo" do presidente.
Lula citou o uso excessivo de medidas provisórias, o fato de os servidores públicos não terem recebido aumento e a aprovação da emenda da reeleição.

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