São Paulo, quinta-feira, 6 de março de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
7% dos alunos da USP já consumiram coca
PAULO SILVA PINTO
Trata-se do primeiro trabalho no Brasil com grupo universitário amplo. A pesquisa que mais se aproximou dessa foi realizada pelo Grea com estudantes de nove escolas de medicina no Estado de São Paulo. Nesse grupo, o índice de consumo (por pelo menos uma vez na vida) de cocaína levantado foi de 5%. Solventes foram utilizados por 18,2% dos alunos da USP (Universidade de São Paulo) pelo menos uma vez na vida. Tabaco, por 43,3%. Álcool já foi consumido alguma vez por 90,1% dos estudantes. Drogas em geral, exceto tabaco e álcool, por 38,1%. O presidente do Confen (Conselho Federal de Entorpecentes), Matias Flach, considera os números altos, mas não surpreendentes. "A oferta de cocaína no mercado brasileiro é maior que nos últimos anos", afirmou. Estudo do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) feita entre alunos de escolas públicas de dez capitais brasileiras apontou em 93 que 1,2% já haviam experimentado coca. Em 89, o mesmo levantamento indicava 0,7%. Em 87, 0,5%. Segundo o coordenador do Grea, Arthur Guerra de Andrade, a principal utilidade da pesquisa é traçar um perfil do usuário, para orientar campanhas de prevenção. Os estudantes mais jovens da USP usam menos drogas, inclusive álcool e cigarro. É maior o consumo entre os alunos da área de biológicas na maioria dos itens. Os de humanas são recordistas no consumo de cocaína pelo menos uma vez na vida ou nos 12 meses anteriores à pesquisa, mas há mais consumidores na área de biológicas nos 30 dias anteriores. O consumo de drogas é maior entre os alunos do sexo masculino, entre os que estudam à noite e os que não moram com suas famílias. Entre os que moram com a família, o consumo de drogas ilícitas alguma vez na vida foi de 36%. Entre os que não moram, 46%. No período noturno, 41,7% dos estudantes já haviam consumido drogas ilícitas, contra 36,2% dos que estudam durante o dia. O estudo mostra que os consumidores de maconha são usuários mais frequentes das outras drogas. Entre os que consomem maconha, 57,3% usam também outras drogas. Dos alunos que não consomem maconha, 10,6% utilizam outras drogas. A margem de erro da pesquisa é de 5% de cada item. Texto Anterior: Simpósio defende a legalização do aborto Próximo Texto: Assaltantes roubam casa de vereador Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |