São Paulo, quinta-feira, 6 de março de 1997 |
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Bauru arma "cilada emocional" em homenagem a Mauro Rasi
FERNANDO DE BARROS E SILVA
Escrita sob o impacto da morte de sua mãe, há três anos, "Pérola" se inspira no cotidiano da família Rasi na Bauru dos anos 50. A peça ficou um ano em cartaz no Rio e outro em São Paulo. Foi vista por cerca de 200 mil pessoas. A cidade natal do autor aproveitou a volta do "filho pródigo" para retribuir o sucesso com uma mistura de sentimentalismo e humor, reproduzindo na vida real a estrutura dramática da própria peça. O lado bem-humorado da homenagem ficou por conta do título que Rasi recebeu logo ao chegar à cidade, na terça à tarde. Ganhou uma plaqueta com a inscrição "Hóspede Oficial de Bauru". À noite foi a vez das lágrimas. Em cerimônia na Universidade do Sagrado Coração (USC), onde a peça está em cartaz, Rasi recebeu das freiras o certificado de conclusão do curso de música do conservatório Pio 12, que ele havia terminado em 1968, quando foi para Paris. A seguir, recebeu o título de professor emérito do curso de Artes Cênicas da universidade. Rodeada por várias freiras e ao lado do bispo de Bauru, dom Aloysio Leal Penna, a reitora da USC, irmã Jacinta Turolo Garcia, fez então um discurso saudando o dramaturgo. A atriz Vera Holtz, que interpreta Pérola, começou a chorar ao ouvir a reitora. Chorou sem parar por mais de um minuto. No final, abraçou Rasi longamente e lhe deu um beijo na boca. "Eu sou tímido, não sei falar, estou muito comovido. O único presente que posso dar a vocês todos é essa pérola nativa, que foi extraída daqui, desse oceano de Bauru", disse Rasi. A noite de homenagens terminou com o lançamento do livro "Mauro Rasi: a Vida na Magia do Teatro", escrito por Besma Massad, professora da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicações da Unesp de Bauru. Texto Anterior: Patrícia Melo mostra sua primeira peça Próximo Texto: Patrícia Melo mostra sua primeira peça Índice |
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