São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PM é morto ao tentar prender ladrões

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um soldado do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito) de São Paulo morreu ontem no final da manhã quando tentava prender nove ladrões que tinham acabado de assaltar o posto bancário do clube A Hebraica, em Pinheiros, zona oeste da cidade.
Ao abordar quatro dos ladrões, que estavam deixando o clube num Tipo escuro, o soldado da Polícia Militar Sérgio Francisco da Silva, 34, recebeu dois tiros, um no peito e outro na perna.
O soldado foi levado ao Hospital das Clínicas, onde morreu por volta de meio dia. Sua colega, Christiane Ferreira, 21, aluna da escola da PM, levou um tiro de raspão na cabeça, mas passa bem.
Um terceiro PM chegou a disparar dois tiros, que não atingiram os ladrões. Os outros cinco assaltantes fugiram em um Omega azul escuro.
Os ladrões roubaram R$ 52,4 mil da agência do Banco Safra que funciona dentro do clube, mas deixaram cair um malote com R$ 6,2 mil no confronto com a PM. A queixa do roubo foi registrada no 15º DP de São Paulo.
A ação da quadrilha foi muito rápida, e os ladrões pareciam conhecer a rotina do clube.
Segundo funcionários da Hebraica, que preferiram não se identificar, os ladrões atuaram em duas frentes.
Pouco depois das 11h, logo após um carro-forte deixar uma remessa de dinheiro no posto bancário, o grupo do Omega parou o carro perto da entrada do clube e ficou dando cobertura aos colegas do Tipo.
Esses imediatamente desceram armados e invadiram o clube pulando a catraca da portaria.
Renderam a recepcionista da portaria e foram direto ao posto bancário, que fica a poucos metros da entrada do clube.
No banco dominaram o segurança Ernando Alves dos Santos, 25, do qual tomaram a arma, exigiram que todos se deitassem no chão e efetuaram o roubo.
Os ladrões sabiam que era dia de pagamento e haveria dinheiro em caixa.
"Foi coisa de dois minutos", disse um funcionário da Hebraica que viu o assalto.
O clube não estava cheio na hora do assalto, mas houve uma certa confusão na saída dos ladrões. Um funcionário da Hebraica acionou um alarme e os ladrões chegaram a dar alguns disparos antes de deixar o clube, atingindo um vidro.
Nesse momento, por coincidência, um carro do BPTran, com quatro ocupantes, um dos quais o soldado Sérgio Francisco da Silva, passava em frente ao local e ouviu os tiros.
"Paramos e fomos ver o que era", afirmou o PM Carlos José Benassi, um dos ocupantes do carro. O soldado Silva, que dirigia o carro do BPTran e foi o primeiro a se aproximar dos ladrões, logo foi atingido pelos assaltantes, sem tempo de reagir.
"O policial ficou caído na calçada", disse Sueli Amorim Fonseca, 34, recepcionista de uma clínica perto da Hebraica, que viu o PM ser alvejado.

Texto Anterior: Zelador simula morte e escapa
Próximo Texto: Soldado combatia Aids
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.