São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
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Educadores moram no bairro

DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores da pré-escola mantida pela Ação Comunitária são agentes comunitários de educação. São pessoas do próprio bairro onde as aulas serão dadas que recebem treinamento.
Cada agente recebe três dias de treinamento intensivo antes de começar as aulas. Passam por um dia de reciclagem por mês e outros três seguidos por ano.
Embora não seja reconhecida pelo MEC, a formação dada aos agentes comunitários têm um "selo de qualidade": é supervisionada pela professora Marieta Lucia Machado Nicolau, da Faculdade de Educação da USP.
Para tornar-se um agente, o candidato tem de cumprir dois requisitos: 2º grau completo e moradia no local onde vai lecionar.
Terezinha do Bom Conselho Soares de Souza, 48, trabalha há 12 anos com as crianças do Jardim Boa Sorte, no Campo Limpo.
Chega a ganhar até R$ 400 mensais, com as "mensalidades" pagas pelas crianças. É a única ocasião em que a comunidade paga pelo serviço recebido.
No Jardim Boa Sorte, cada criança paga R$ 18 para frequentar as aulas. "Às vezes dá menos porque há meses em que um pai não pode pagar", diz Terezinha.
Como retorno, a criança deixa a escolinha quase alfabetizada.
"Meu caçula saiu daqui escrevendo. Quando chegou à escola estadual, foi para uma classe mais forte porque estava adiantado", diz Terezinha, que educou dois dos cinco filhos na escolinha.

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