São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997 |
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Autor escreveu peça aos 13 anos
FERNANDO DE BARROS E SILVA
Sérgio Mamberti, que interpreta Vado, o pai de Rasi em "Pérola", conheceu o dramaturgo durante a encenação do "Caos Morto", num festival de teatro amador de Campinas. "Eu tinha 23 anos e ele era uma criança. Quando vi a peça, percebi que seria um gênio", diz Mamberti. Em "O Duelo do Caos Morto", Rasi punha em cena um grupo de jovens conversando sobre suas vidas enquanto iam se embebedando. Os atores, Rasi entre eles, tomavam uísque em cena. Ficavam bêbados. No final, um dos jovens, homossexual, se suicida. Os demais atores voltavam-se então para a platéia e perguntavam: "Sabem de quem é a culpa?" E respondem: "É de vocês, é da sociedade". Começavam em seguida a atirar copos e outros objetos sobre o público ao mesmo tempo em que o insultava com palavrões. A peça ganhou o festival. No final dos anos 60, Rasi, numa crise depressiva, tentou o suicídio. Viveu três anos entre Paris, Londres e Nova York e passou a seguir outros três anos morando em São Paulo, no início dos anos 70, "afundado em drogas", como ele diz. "Eu cheirava, fumava e bebia tudo. Tinha medo de sair na rua". A década de 80 foi marcada pelo encontro do dramaturgo com o grande público e o início da fama. Coroaram esses anos as duas primeiras peças da trilogia que "Pérola" encerra. "A Cerimônia do Adeus" (1987), com Yara Amaral e Sérgio Britto, e "A Estrela do Lar" (1989), com Marieta Severo e Emílio de Mello (que faz o alterego do autor em "Pérola"), ganharam o prêmio Molière de melhor autor. "Pérola", interpretada por Vera Holtz, ganhou praticamente todos os prêmios que uma peça tem direito nos últimos dois anos. (FBS) Texto Anterior: 'Seu Vado' expõe suas relíquias Próximo Texto: Tias falam do passado e fantasia Índice |
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