São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cozinha do Tarsila é obra ainda inacabada

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O desafio de ter bons restaurantes em hotel vem sendo parcialmente vencido pelo Inter-Continental. O Tarsila já desperta algum interesse, embora haja muito a fazer.
O nome homenageia a pintora Tarsila do Amaral, sem nada ter a ver com a cozinha proposta, a não ser que os pratos servidos almejam se comparar a obras de arte -só que inacabadas.
A comida busca ser moderna com inspiração italiana, produzida pelo suíço Dominique Gapany.
Os pratos do Tarsila, servidos por uma equipe meio desatenta, são às vezes rebuscados e nem sempre seus nomes correspondem ao que será apresentado.
A sopa fria de legumes ao sabor de gengibre e surubim defumado tem consistência mais de papinha que de sopa, mas equilibra o sabor acentuado do gengibre com os legumes. Já o sauté de frutos do mar em creme de pimentão e açafrão é, aí sim, uma sopa líquida (e não creme), uma bisque aromática com camarões e vieiras.
O atum fresco grelhado e marinado ao molho de soja e risoto de pimentões traz um peixe saboroso, mas além do ponto, e um molho de soja muito salgado, salvo em parte pela delicadeza do risoto.
O peito de pato grelhado ao creme de alho acerta na combinação de sabores e no acompanhamento, uma cremosa torta de mandioquinha. As sobremesas são feitas com precisão. Como é norma em restaurantes de hotel, o Tarsila é muito caro.
(JM)

Texto Anterior: Best Buy; École 1; École 2
Próximo Texto: Frank Sinatra sugere mais de 300 receitas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.