São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997 |
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"Homework" se apóia em know-how de DJs
CAMILO ROCHA
Lançado na Europa em janeiro, já é com certeza um dos melhores discos do ano. Thomas Bangalter e Guy-Manoel de Homem-Christo conseguiram fazer uma transfusão precisa das qualidades chacoalhantes da disco e do funk para as viagens sem limite da tecnologia dos anos 90. Disco distorcida, funk furioso, sujeira cintilante. Daft Punk é tudo isso e muito mais. "Da Funk" virou um hino de raves e clubes, mesmo sendo bem mais lenta do que a maio parte do que toca nas pistas tecno/house de hoje e não soe parecido com nada. Seu "riff" de órgão analógico distorcido é instantâneo. "Phoenix" é house cru, dilacerado por repentinos sons ásperos. "Around the World" traz uma levada disco à moda da banda disco Chic, sobre a qual o título é repetido insistentemente via um "vocoder". Já "Rock'n'Roll" tem batida de palminhas sobre distorção minimalista. Por serem DJs, os dois componentes do Daft Punk entendem perfeitamente a dinâmica da boa música para pistas: a frequência certa do grave, a construção gradual de um clima, a manipulação da equalização, a hora certa de "limpar" todos os sons de uma faixa, deixando só um groove básico para, de repente, trazer tudo de volta. Além disso, "Homework" é um tributo ao excitante estágio tecnológico da música de hoje, no qual, por um preço irrisório, dois músicos podem gravar uma obra-prima desse nível no quarto de casa. Nota dez com louvor. (CR) Disco: Homework Banda: Daft Punk Lançamento: Virgin (via importação) Quanto: R$ 18, em média Texto Anterior: Cena oferece variedade de gêneros Próximo Texto: Buemba! Convocado o banco da 'Praça É Nossa'! Índice |
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