São Paulo, sábado, 8 de março de 1997
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Titãs mostram virtudes e limitações em show acústico

Banda comemora seus 15 anos de carreira com convidados

LUIZ ANTÔNIO RYFF
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O público passou o tempo inteiro gritando "rock'n'roll", mas no teatro João Caetano estava programado um show acústico.
"Rock'n'roll é coisa para ginásio", retorquiu, irônico, o baixista e cantor Nando Reis.
No teatro, os Titãs deixaram de lado as guitarras para comemorar "unplugged" -com um sexteto de metais e um quarteto de cordas- seus 15 anos de carreira.
O formato causou estranhamento. Em contrapartida, alguns Titãs pareciam aprisionados.
A falta de tomadas permitiu perceber (ou confirmar) a beleza de algumas canções do grupo, bem como certas limitações.
Branco Mello não tem voz para violões, cordas e metais. Nando Reis canta bem, mas sua voz não ajuda. Os guitarristas nem ousaram solar -as partes mais "complicadas" eram feitas pelo produtor Liminha. Charles Gavin melhorou muito como baterista e foi ajudado por Marcos Suzano.
Paulo Miklos é um ótimo cantor, não só de rock. E foi o único aplaudido durante uma música -na excelente versão de "Comida".
Bem que ele tinha avisado que daria tudo de si, já que outros intérpretes estavam presentes (Marisa Monte e Arnaldo Antunes).
Algumas músicas conseguiram ser melhoradas. Além de "Comida", foi o caso de "Homem Primata" e "Diversão".
Os convidados especiais fizeram seu papel. O argentino Fito Paez roubou a cena dos Titãs na versão em espanhol de "Go Back".
O jamaicano Jimmy Cliff baixou com espírito de funcionário público "The Harder They Come/Querem Meu Sangue". Mas funcionou mesmo assim.
Marisa Monte teve que cantar três vezes "Flores". Pena ter que dividir os vocais logo com Branco, o menos talhado, por assim dizer, a dividir os vocais com uma das melhores cantoras do país.
"O Pulso", com Arnaldo Antunes, valeu mais pela homenagem ao passado do que pela interpretação do cantor em si.
Mas, como Alice in Chains e Nirvana anteriormente, os Titãs mostraram que boas músicas sobrevivem sem eletricidade.

O jornalista Luiz Antônio Ryff viajou a convite da WEA

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