São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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DEPOIMENTO

"Eu era noiva havia três anos. Meses antes do casamento ele começou a evitar saídas a dois e passou a implicar com bobagens. Reclamava dos restaurantes que eu escolhia, criticava minha roupa e achava defeitos em meus amigos.
Antes de pintar esse clima de indiferença, passávamos tardes em um apartamento que compramos para morar quando casássemos. Era um refúgio onde tínhamos momentos íntimos inesquecíveis. E não precisávamos gastar dinheiro em motéis.
Um dia ele me disse que havia emprestado o apartamento a um amigo. Foi a maneira que ele encontrou para evitar o sexo, que, aliás, não existia mais. Ele também passou a recusar convites para sair -preferia passar as noites em frente à TV.
Eu fazia companhia a ele, achava que ele estava passando por uma fase de estresse no trabalho. Mas ele sempre acabava dormindo.
Chegou ao ponto de deixar pistas de uma amante: garrafas de vinho abertas, fios de cabelo preto -sou loira- na cama. E ele desconversava. Fiquei deprimida, mas não tive coragem de terminar. Às vésperas do casamento, ele percebeu que eu não ia tomar a iniciativa e rompeu. Foi humilhante, mas não queria perdê-lo."

Márcia Prado, (nome fictício), 40, comerciante

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