São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Minas abre novas frentes de trabalho

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem só de pão de queijo e ET de Varginha vive o interior de Minas Gerais. Há várias oportunidades de emprego em empresas que estão sendo implantadas no Estado.
As oportunidades vão de auxiliares e operários -aí entram operadores e preparadores de máquinas- até engenheiros.
Nesta edição, a Folha reúne cinco empresas do Estado, que estão oferecendo 3.220 vagas nos próximos dois anos.
É o caso, por exemplo, da Ferrero do Brasil, que está sendo instalada em Poços de Caldas.
"Nossa idéia é contratar, neste ano, 250 pessoas. Mas, até 1999, deve haver necessidade de 900 funcionários", conta Paulo Medeiros de Oliveira, 43, gerente de RH (recursos humanos).
A Ferrero é a fabricante do chocolate Ferrero Rocher, famoso nas propagandas de TV por seu requinte, mas que ganhou impulso de vendas e se popularizou a ponto de ser vendido até por camelôs.
Atraente em toda essa história é que os empregos oferecidos são formais, com carteira assinada e benefícios. Pouco atraente é o salário para as funções operacionais, como a de auxiliar de produção.
A própria Ferrero prevê um salário de R$ 250. Outras nem sequer têm ainda idéia de remuneração. É o que acontece com a Stabilus, empresa que vai fabricar, em Itajubá, amortecedores para automóveis.
O escritório da fábrica ainda está em sede provisória e recebe currículos de todos os níveis para funções que ainda serão definidas.
A abertura de frentes de trabalho atrai mineiros que foram para grandes centros, como Rio e São Paulo, mas que agora estão ávidos por retornar à terra natal.
Exemplo disso é a estudante do segundo ano de economia da Unip (Universidade Paulista) Luciana Zema, 20, que nasceu em Araxá (a 350 km de Belo Horizonte). Ela chegou a São Paulo três anos atrás. Sempre pensou em voltar.
"Queria mesmo fazer faculdade aqui, onde há mais oportunidades de estágio", conta Luciana. "A indústria em Minas está crescendo muito e, quando eu voltar, vai estar ainda melhor."
Como um computador, ela começa a citar indústrias que estão sendo implantadas em Minas. "O melhor é que tenho onde trabalhar quando voltar. Mas a competitividade vai fazer o mercado aumentar ainda mais."
Sua comparação: logo Minas Gerais será um grande pólo industrial, mas com uma qualidade de vida bem superior à de São Paulo. "Acompanho todos os anúncios de jornais que saem com oportunidades lá", conta.
Luciana gosta de brincar que o temperamento do mineiro vai dar mais eficiência às empresas do Estado. No melhor sotaque, ela resume: "Mineiro não perde trem".

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