São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Pólvora!

JUCA KFOURI

A CBF quer reduzir o número de clubes no Brasileiro para 16 na primeira divisão e outros 16 na segunda.
A CBF descobriu, enfim, que não se tem uma primeira divisão forte se não houver uma segunda quase tão forte quanto.
A CBF propõe, inicialmente, que dez clubes caiam já neste ano, uma proposta radical -embora corretíssima- sobre a qual os clubes nem admitem pensar.
Não faz mal. A idéia é extremada só para negociar, quem sabe, a queda de 6 neste ano, para que tenhamos 20 clubes (como na Inglaterra e na França) no ano que vem, um número já bastante aceitável.
Daí, o melhor será fazer cair mais quatro em 1998, o que, com a ascensão de dois da segunda divisão, permitiria fazer o campeonato de 1999 com 18 clubes (como na Itália e na Alemanha), número ideal num país que tem, pelo menos, 12 candidatos ao título a cada campeonato, clubes que precisam ter um certo "descanso" entre cada rodada de fogo -e será melhor ter seis adversários menos difíceis do que quatro.
Além do mais, com 18 clubes o torneio precisará de apenas 34 datas, ou seja, no sistema de turno e returno, com oito meses dá para fazê-lo só usando fins de semana.
Aliás, se o Campeonato Brasileiro do ano passado tivesse sido disputado por pontos corridos, a classificação final embolaria de tal modo que teríamos os seis primeiros classificados com uma diferença entre o primeiro e o sexto de apenas meia dúzia de pontos, ou seja, dentro de um equilíbrio emocionante.
O fato óbvio é que a segunda divisão precisa mesmo ser atraente e, para tanto, há que organizá-la de modo a permitir que um clube grande desça e possa subir novamente sem estar falido.
Louve-se, portanto, a tardia mas feliz intenção da CBF, embora seja pouco provável que os clubes também a aplaudam, principalmente neste momento em que começam a cuidar de seus destinos -haja vista as negociações com a TV- e depois de anos e anos acostumados ao nenhum espírito de liderança da entidade.
*
Se todos mandam, ninguém manda. Ou o Corinthians define uma gerência de futebol de verdade ou vira casa de ninguém. O Bahia, por sinal, mesmo diante de fortes resistências, está partindo para a profissionalização total, inclusive a de seu presidente. Aleluia!

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