São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Sem-terra fazem sua maior invasão no MS
FÁBIO GUIBU
A ocupação é a maior já registrada no Estado, segundo informou a superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), localizada em Campo Grande. A propriedade invadida possui 19,5 mil hectares e está registrada como sendo do pecuarista João Bertini, que mora em Lins, município localizado a noroeste de São Paulo. Os lavradores iniciaram a invasão na madrugada de sábado. Até ontem mais de 50 famílias ainda eram aguardadas na área pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O movimento foi o coordenador de toda a ocupação. Sem confronto Não houve confronto durante a ocupação da propriedade. Segundo coordenadores do MST presentes, os colonos vieram de 25 municípios e foram transportados em carros particulares, ônibus e caminhões fretados pelos próprios invasores. A operação para a invasão, disse o líder sem-terra Egídio Brunetto, 40, levou dois meses para ser planejada e executada. "Tudo foi descentralizado, cada cidade fez sua parte", disse Brunetto. O custo da ocupação não foi revelado pelos sem-terra. Os trabalhadores rurais pedem a desapropriação da área, que já pertenceu à Cooperativa Agrícola de Cotia e é apontada por eles como improdutiva. Justiça O superintendente-adjunto do Incra no Estado, Paulo Afonso Condé, informou que o dono da fazenda entrou em contato com o órgão e declarou que vai pedir na Justiça a reintegração de posse da propriedade. Ainda segundo Condé, o Incra só vai vistoriar a área quando os invasores a desocuparem. "Não entramos de forma nenhuma em área invadida", afirmou. Texto Anterior: Ofensiva jurídica tenta impedir o leilão da Vale Próximo Texto: Ociosidade em marcha gera conflito Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |