São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997 |
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'Se parasse de beber, voltaria a viver com ele'
OTÁVIO CABRAL
Casados durante 18 anos, ele se separaram há cinco dias. "Não sei se a separação era definitiva. Falei que se ele parasse de beber e se tratasse, a gente poderia tentar de novo", afirmou. Leia abaixo os principais trechos de sua entrevista, concedida no 15º DP (itaim Bibi), onde prestou depoimento ontem à noite. (OC) * Como era seu relacionamento com o Elizaldo? Leonildes Angela Paciani - Ele era muito ciumento. Reclamava das minhas roupas, do meu trabalho, do horário que eu chegava em casa. Ele também implicava muito com os filhos. Folha - Qual foi o motivo da separação? Leonildes - Ele sempre bebeu demais, mas eu passei 18 anos tentando ajudá-lo. Mas, nos últimos dois anos, ele perdeu o controle. Ficava dois dias sóbrio e quatro ou cinco, bêbado e violento. Ele entrou em depressão e parou de trabalhar. Quando ele agrediu nossa filha, no dia do aniversário dela, foi a gota d'água. Folha - Ele costumava agredir a senhora? Leonildes - Quando estava bêbado, ele me ofendia e dava uns empurrões, mas nunca chegou a me bater, porque me defendia. Mas quando ele estava sóbrio, era um marido excelente e carinhoso. Se parasse de beber, eu voltaria a viver com ele. Folha - Ela já havia ameaçado matá-la? Leonildes - Ele falou que se eu saísse de casa ele me mataria. Mas eu não achei que ele tivesse coragem. Só acreditei quando vi ele entrando na loja com a arma. Folha - O que a senhora fez quando o viu armado? Leonildes - Eu saí correndo para fora e ouvi o barulho dos tiros. Quando olhei de novo para dentro, vi tudo pegando fogo. Ainda voltei à loja, mas ele já estava baleado. Queimei dois dedos ajudando minhas colegas a deixar a loja. Folha - O que a senhora sente por ele? Leonildes - Tenho pena. Ele é um homem bom que foi destruído pelo vício. Mas ele chegou longe demais. Texto Anterior: Andar tinha mil pessoas Próximo Texto: Preso acusado de vender droga na PUC Índice |
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