São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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Secretário confirma encontro com Pitta

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O secretário de Fazenda de Pernambuco, Eduardo Campos, confirmou ontem que se reuniu com o atual prefeito de São Paulo, Celso Pitta, em fevereiro de 1996, para obter informações sobre a emissão de títulos pela prefeitura paulista.
Segundo o secretário, o encontro foi intermediado por seu avô, o governador Miguel Arraes (PSB), que ligou do escritório do Estado, em Brasília, para o então prefeito de São Paulo, Paulo Maluf. A reunião com Pitta, na época secretário municipal de Finanças, foi marcada para o dia seguinte, às 10h, e teria durado cerca de 20 minutos.
Além de Campos -então secretário de Governo- teria participado da audiência o deputado estadual Pedro Eugênio (PSB), que ocupava o cargo de secretário de Fazenda de Pernambuco.
O ex-coordenador da Dívida Pública do município de São Paulo Wagner Baptista Ramos e Fábio Nahoum, um dos donos do banco Vetor, não participaram do encontro, segundo o secretário.
Campos nega que na ocasião tenha recebido de Pitta indicações sobre bancos ou orientações sobre como emitir títulos.
"Pitta confirmou que tinha feito emissão, que esse processo tinha sido preparado antes da gestão dele, mas não passou a tecnologia para a emissão, não explicou a forma nem indicou banco", declarou.
Segundo Campos, Pitta afirmou que a operação estava baseada na resolução 69 do Senado, que disciplina o endividamento dos Estados. "Ele disse que isso era uma coisa legal, que o Banco Central sabia, que não tinha problema."
Na época do encontro, Ramos já havia sido contratado pela corretora Perfil. O banco Vetor e a corretora também já haviam fechado acordo para emitir os títulos de Pernambuco, que só seriam criados em março pelo Legislativo.
Campos disse que o encontro com Pitta foi solicitado porque Pernambuco, em crise financeira, "não tinha outra alternativa" para obter recursos a não ser lançar títulos, "como havia proposto o Vetor", em novembro de 95.
Segundo o secretário de Fazenda, para calcular o volume de títulos públicos que lançou no mercado em 96, o governo de Pernambuco seguiu a mesma fórmula utilizada pela Prefeitura de São Paulo.

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