São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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Polícia investiga os bens de funerárias

CRISPIM ALVES

CRISPIM ALVES; FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Levantamento procura enriquecimento ilícito de acusados de vender atestados de óbito; dois são indiciados

A polícia vai fazer um levantamento dos bens das pessoas envolvidas com a máfia dos papa-defuntos, composta por quadrilhas de falsificadores de atestados de óbito que liberavam corpos dos hospitais sem que tivesse sido feita a autópsia e vendiam caixões com preços acima do mercado. Mais duas pessoas foram indiciadas ontem.
O objetivo do levantamento, de acordo com o delegado José Carlos Ribeiro Rocha, é descobrir se houve enriquecimento ilícito dos envolvidos. Essa será a segunda etapa das investigações da polícia.
"Se isso aconteceu, os bens poderão ser confiscados." Rocha vai analisar também cópias das declarações do Imposto de Renda.
Giuliana Consoli, 22, e José Roberto Migliatti, 40, sócios da funerária Migliatti, de São Caetano do Sul, foram indiciados por formação de quadrilha e corrupção ativa.
Em depoimentos à polícia, os dois negaram qualquer envolvimento com a máfia dos papa-defuntos. "Mas nós temos provas contundentes contra ele, como notas fiscais e o depoimento do médico Herbert Martinez", disse Rocha. Martinez foi a primeira pessoa a ser indiciada no caso. Ele confessou falsificar atestados de óbito a pedido das funerárias.
Até o momento, a polícia já indiciou 16 pessoas (7 estão presas). Os outros sócios da Migliatti, Armando de Almeida Leite e Clóvis Josué Cordovil de Souza, vão prestar depoimento na próxima segunda e também serão indiciados.
O advogado Mauro Russo disse ontem que não tinha conhecimento sobre o indiciamento de seus clientes. "Não tenho essa informação e, portanto, não vou fazer comentários a respeito."

Colaborou Fábio Zanini, da Agência Folha

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