São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Albânia pede ação militar estrangeira

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo albanês pediu pela primeira vez uma intervenção militar estrangeira no país, após sofrer derrotas na capital, Tirana. Os países ocidentais ainda não responderam, mas estão retirando seus cidadãos do país.
A Albânia ficou mais perto da guerra civil ontem, quando os rebeldes que se opõem ao governo do presidente Sali Berisha (de direita) passaram a controlar também parte da capital, invadindo uma prisão (leia texto nesta página) e causando o fechamento do aeroporto.
Os protestos, que antes se restringiam apenas ao sul do país, esta semana se tornaram nacionais. Os manifestantes querem a queda de Berisha porque o acusam de conivência com a falência do sistema bancário nacional.
A maioria dos albaneses perdeu dinheiro em um sistema de investimento conhecido como "pirâmide", que depende do número de participantes para render dividendos de até 100% mensais.
Os bancos albaneses não pagaram os juros que prometeram, causando a revolta.
A oposição, majoritariamente socialista, também pediu a intervenção militar para evitar a guerra civil no país.
O novo primeiro-ministro do país, Bashkim Fino, disse que pretende ir com o ex-chanceler (primeiro-ministro) austríaco Franz Vranitzky ao sul do país, onde auto-intitulados "comitês de salvação pública" controlam quase todas as cidades. Vranitzky deve chegar hoje.
Fino é socialista e chegou ao governo por causa de um acordo político para conter a crise. Mas os rebeldes, sem liderança unificada, exigem a saída de Berisha para entregar as armas.
A Albânia e a Itália, que atua como mediadora informal da crise, pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
O ex-ministro albanês das Relações Exteriores Tritan Shehu disse que o país merece a ajuda militar porque fez tudo o que a Europa pediu: não usou a força contra os rebeldes, montou um governo de união nacional e fará eleições antecipadas, em junho. "O Exército está paralisado, desarmado. É inexistente", afirmou Shehu.
A Otan (a aliança militar ocidental comandada pelos EUA) e a União Européia Ocidental (organização militar regional) convocaram reuniões de emergência.
A União Européia (UE) descartou a intervenção. O chanceler alemão, Helmut Kohl, disse que trata-se de uma crise interna, e que a UE nada teria a fazer.
Há informações de que os filhos de Berisha deixaram o país e foram para a Itália de barco. O jornal britânico "The Independent" diz que o próprio Berisha pode deixar a Albânia com ajuda externa.

Texto Anterior: Jordaniano mata 7 meninas de Israel
Próximo Texto: Líderes comunistas participam de fuga carcerária
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.