São Paulo, domingo, 16 de março de 1997
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Azulejo fora de linha é artigo caro

SP concentra dezenas de lojas

ALEXANDRE LOURES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A falta de azulejos para reposição é um entrave na reforma de cozinhas e banheiros. A procura por peças originais pode demorar dias e atrasar o cronograma da obra.
O criador de cachorros Daniel Donatângelo teve sorte. Ele prorrogou por apenas dois dias a restauração de sua cozinha, acabou achando a peça que queria.
"Fiz um reparo na pia e quase tive de trocar toda a cerâmica da cozinha", afirma.
Alguns casos, porém, demoram mais tempo para ser solucionados. Antônio de Carvalho, 21, gerente da Tesouro dos Azulejos, diz que um cliente da loja aguardou um ano para conseguir os produtos de que precisava.
"Havíamos desistido de atender o pedido. Mas, um dia, passando em frente a uma construção, encontrei uma caixa do azulejo jogada na calçada."
Lojas
Normalmente, os fabricantes de azulejos mantêm seus produtos em catálogo por um ano, em média. Mas é bem depois disso, durante uma reforma ou um reparo, que aparecem os problemas.
Nas grandes cidades, a dificuldade de encontrar peças antigas acabou impulsionando o crescimento do comércio de azulejos que saíram de linha.
Na cidade de São Paulo, há dezenas de lojas especializadas na venda de azulejos antigos.
Essas lojas mantêm seus estoques por meio de "garimpos" em demolições, pontas de estoque de fábrica e clientela.
"Alguns clientes nos vendem o que sobra das construções", afirma Mário Kiyoshi, dono da loja Cemitério dos Azulejos.
Preços
O preço dos azulejos fora de linha varia de acordo com a marca, o tamanho, o tempo de fabricação e o número de peças disponíveis.
As peças antigas chegam a ser cinco vezes mais caras que os azulejos que ainda são fabricados.
Algumas peças podem ser até dez vezes mais caras. "Temos uma que vale R$ 17,50", diz Adriano Baumgart, vendedor da loja Azulejos Raros.
Os comerciantes de azulejos raros negociam por unidade. "O cliente compra só o que precisa e evita o desperdício", diz Kiyoshi.

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