São Paulo, domingo, 16 de março de 1997
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Mudanças favorecem Band e CNT

MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de um mês no ar, Bandeirantes e CNT/Gazeta avaliam como positiva a performance de seus novos programas -telejornais e novelas.
Apesar de tímidos indicadores de audiência, as duas emissoras vem ganhando, aos poucos, público e credibilidade.
O "Jornal da Band", ancorado por Paulo Henrique Amorim às 20h, estreou com apenas um ponto de audiência (cerca de 80 mil telespectadores na Grande São Paulo) e hoje consegue médias de até três pontos no Ibope.
"Pegamos o horário com a baixa audiência do antigo "Jornal da Bandeirantes". Agora nossa base é de três pontos, mas já tivemos picos de quatro e cinco pontos", diz Amorim.
Para o âncora, o que é mais importante é a penetração do telejornal. "As pesquisas que fizemos indicam uma grande parcela de audiência na classe A e B e está crescendo na classe C."
Amorim ressalta também que no último mês o jornal vem cumprindo sua proposta editorial: "Conseguimos impor nosso padrão visual e fazer um jornal dinâmico e para um tipo de público, a classe média do país."
Médio prazo
Flavio Martinez, vice-presidente de operações da CNT, se diz satisfeito com essa fase "mais homogênea" da emissora, apesar das audiências das novelas mexicanas que a emissora leva ao ar estarem variando entre um e dois pontos.
Martinez afirma estar "afinando a grade de programação". "Estamos estabilizando horários. Antes as emissoras se guiavam pelos programas da Globo, agora ninguém mais está fazendo isso. Estamos aprendendo a tática de driblar a concorrência. Nossa expectativa é para médio prazo, o telespectador de novelas é mais seletivo e vai migrando com o tempo. Nós também não tínhamos tradição em teledramaturgia", diz.
Nas próximas semanas, Martinez acerta os detalhes para a transmissão do "CNT Jornal" no canal de notícias ECO, da rede mexicana Televisa, parceira da emissora brasileira.
O telejornal brasileiro poderá ser visto em português em vários países do mundo todo, ao vivo, às 21h -horário de Brasília.
Mais jornalismo
No último dia 3, o SBT voltou a exibir um telejornal no fim de noite. A emissora reprisa a edição do "TJ Brasil", de Boris Casoy, logo depois do "Jô Soares Onze e Meia".
Desde a extinção do "Jornal do SBT", no início de dezembro do ano passado, a emissora não exibia um noticiário na madrugada.
A experiência pode resultar na criação de um novo telejornal. No início de 1990, a emissora também usou o "TJ Brasil" para testar o horário, reprisando a edição do dia por dois meses.
Logo depois, criou o "Jornal do SBT", ancorado por Lillian Witte Fibe e, depois, pelo casal Leila Cordeiro e Eliakim Araújo.
A decisão de repetir o jornal das 19h, com apenas alguns cortes para não envelhecer o produto, vem gerando bons índices de audiência.
Boris Casoy tem alcançado médias de três pontos no horário da 1h. Na sexta-feira, dia 7, chegou a uma média de cinco pontos.
As mudanças na Globo, que recuou o "Jornal Nacional" ao seu horário tradicional, às 20h, surtiram pouco efeito. O telejornal continua com médias de audiência abaixo dos 40 pontos e a novela "A Indomada" não superou os índices de "O Rei do Gado".

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