São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 1997
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Técnico identifica TPM como problema

DA REPORTAGEM LOCAL

As mulheres não são iguais aos homens, os direitos é que devem ser. E o futebol não é um caso à parte, pelo menos para os técnicos. Abaixo, eles falam sobre a diferença entre o treinamento masculino e o das mulheres.
"Em relação à parte física, diminuímos a carga em 25%. As mulheres têm 75% da força do homem", conta Ademar Jr, 34, técnico do Corinthians.
Para ele, as meninas têm mais dificuldade para assimilar a parte técnica do que os rapazes. "Por isso, tenho um cuidado especial. Oriento, exemplifico, trabalho muito esse lado."
Segundo o técnico Manoel Maria, do Santos, a "idade futebolística" da mulher está atrasada em cinco anos. "Uma garota de 17 aprende como um menino de 12."
Ele explica que isso se deve à falta de tradição no futebol feminino. "Com o preconceito, as meninas não têm as mesmas oportunidades de jogar bola."
E também recebem um tratamento diferenciado nos treinos. Na hora de dar bronca nas garotas, Manoel se contém para não soltar palavrões. "Não fica bem", diz.
Um drama nos treinos é a famosa TPM (tensão pré-menstrual). "Nesse período, elas ficam mais irritadiças. Também não podem fazer exercícios forçados", diz o técnico santista.
Para as meninas não ficarem devendo nada aos homens, Zé Duarte, 61, do São Paulo, diz que investe pesado nos fundamentos básicos do esporte. "Elas não têm a mesma força física, mas fazem as mesmas atividades do masculino."
Mudança de imagem
Os técnicos concordam que a imagem das jogadoras de futebol mudou bastante nos últimos tempos. "Hoje são todas estudantes, com perfil mais feminino", diz Ademar Jr. "Não há por quê tachá-las de sapatão."
Além do mais, não há motivo para interferir na opção sexual das jogadoras. "Em todo campo de trabalho, as pessoas têm opções sexuais diferentes", diz Ademar.

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