São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997 |
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Declaração de Collor agrada família Farias
XICO SÁ
Embora seja considerada um pouco tardia, o amigo de PC agradou ao definir como "fantasia, devaneio, sonho de uma noite de verão" as ligações que a Polícia Federal tem feito entre o empresário alagoano e a máfia italiana. A manifestação de solidariedade de Collor ocorreu em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, anteontem. Exaltado, o ex-presidente deu murros em uma mesa e se disse vítima de perseguição por parte do governo federal. Enquanto PC estava vivo, até junho do ano passado, Collor não havia pronunciado nenhuma palavra de simpatia ou defesa do empresário alagoano ou solidariedade à família Farias. O ex-presidente, como uma estratégia de defesa, sempre procurou se distanciar de qualquer relação ou da imagem de seu tesoureiro. Isso deixava os Farias irritados. Em contrapartida, os irmãos de PC diziam que Collor havia perdido o mandato em 1992, no caso do impeachment, por ter um "ego muito grande" e falta de habilidade política. A mesma avaliação era feita abertamente pelo tesoureiro collorido, depois que foi absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) da acusação de corrupção. PC acabou condenado, pelo mesmo STF, apenas por falsidade ideológica, devido à autoria dos "fantasmas" que faziam as suas movimentações bancárias. Irritado com as acusações que têm sido feitas ao irmão morto, o deputado federal Augusto Farias (PPB-AL) procurou, na semana passada, o ministro da Justiça, Nelson Jobim, para pedir "cautela" na divulgação de acusações contra PC. "Nem morto, o Paulo pode descansar um só instante em paz", diz o deputado. "Chega de tanto delírio, também estamos fartos de acusações sem provas." Texto Anterior: Quem é quem no esquema Próximo Texto: Porta-voz de FHC responde a Collor Índice |
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