São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Eficácia cai com exclusão de carro a álcool

FABIO SCHIVARTCHE
ROGERIO SCHLEGEL

FABIO SCHIVARTCHE; ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Secretaria do Meio Ambiente cogitou liberar o combustível em 96, mas concluiu que idéia era pouco viável

A proposta de excluir o carro a álcool do rodízio da Grande São Paulo tem pelo menos quatro problemas, que fizeram com que fosse descartada pela Secretaria do Meio Ambiente no rodízio de 96, segundo apurou a Folha.
1 - Os carros a álcool poluem menos, mas poluem. A frota a álcool gera 17% de todo o monóxido de carbono emitido na área metropolitana, de acordo com estimativa da Cetesb para 1995.
Também responde por 19% do total de hidrocarbonetos. A frota a gasolina gera 49% do monóxido de carbono, 53% do total de hidrocarbonetos e outros poluentes.
2 - Os carros a álcool prejudicam o trânsito da mesma forma que os carros a gasolina, por ocuparem o mesmo espaço. Eles representam 31% do total de veículos leves da Grande São Paulo, segundo dados de janeiro de 96 do Detran.
Um dos principais benefícios do rodízio do ano passado foi dar maior fluidez ao trânsito, o que tem impacto na emissão de poluentes. Mais veículos na rua, mesmo que sejam carros que poluam menos, diminuem esse ganho.
3 - É difícil organizar a fiscalização para separar os carros a álcool, que não seriam multados, como o próprio Covas lembrou ontem. Uma opção é a criação de um "selo verde" exposto no pára-brisa, por exemplo. Mas isso representa o risco de o selo ser transferido para outros carros, a gasolina.
4 - A Secretaria do Meio Ambiente não pretendia excluir os carros a álcool do rodízio. Segundo a Folha apurou, as discussões do ano passado mostraram que a proposta é pouco viável tecnicamente.

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