São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997 |
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Funarte promete mais apoio à dança
ANA FRANCISCA PONZIO
Ao contrário do Prêmio Mambembe destinado ao teatro, que já existe há 17 anos, a Funarte só começou a premiar os artistas da dança em 1994. Em 1997, além de artistas brasileiros que se destacaram no ano anterior, também foi premiado um evento estrangeiro, a Bienal Internacional de Dança de Lyon, que elegeu o Brasil como tema no ano passado, proporcionando uma repercussão até então inédita à dança brasileira. Para receber o troféu Mambembe, veio ao Brasil o diretor da Bienal, Guy Darmet, que reiterou seu apoio à dança brasileira, reclamando em seu discurso sobre a falta de suporte que essa arte possui no Brasil. "Reconhecimento internacional não significa reconhecimento nacional", falou Darmet, que, com sua simpatia acintosa pela dança brasileira, parece ter gerado desconforto entre os órgãos de cultura ligados ao governo do Brasil, que agora dão sinais de que podem apoiar o setor. Perante a difusão que a dança brasileira vem tendo, enfatizada por Darmet, Marcio de Souza prometeu também criar mecanismos que permitam aos grupos de dança circular pelo país. Souza chegou a lembrar que, no Salão do Livro de Paris, em sua edição do próximo ano, o Brasil será homenageado. A decisão, segundo o escritor, não ocorreu por motivos diretamente ligados à literatura, mas porque os organizadores franceses lembraram-se do sucesso que o tema Brasil obteve na Bienal da Dança de Lyon. Comprovando que o tema Brasil anda em alta na França, o Festival de Avignon, tradicional evento sobre teatro, vem anunciando desde o ano passado que também pretende homenagear o Brasil. Na entrega do Prêmio Mambembe deste ano, a Funarte procurou organizar a cerimônia de maneira que a dança não ficasse à sombra do teatro. Para comandar o evento na terça, convidou Ana Botafogo e Lia Rodrigues para atuarem como mestres de cerimônia. Para entregar os prêmios (veja lista de premiados ao lado) foram convidados Helena Severo, secretária municipal da Cultura do Rio, Jean Yves Lormeau, ex-bailarino do Teatro da Ópera de Paris que hoje é coordenador artístico do Balé do Teatro Municipal do Rio, além da coreógrafa Marcia Milhazes, um dos destaques da Bienal de Lyon. Texto Anterior: Moacyr Góes encena Aristófanes no Sesi Próximo Texto: Mambembe de Dança Índice |
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