São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Clinton indica novo nome para chefiar CIA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

George Tenet é sugestão de Anthony Lake, que renunciou sob pressão do Congresso

Clinton indica novo nome para a CIA
O presidente dos EUA, Bill Clinton, indicou ontem ao Senado o nome de George Tenet para dirigir a Agência Central de Inteligência (CIA). Tenet é o diretor em exercício da agência. Na segunda-feira, o primeiro escolhido de Clinton para o cargo no seu segundo mandato, Anthony Lake, renunciou em meio às audiências em que o Senado examinava a sua indicação.
Tenet, 44, é um funcionário de carreira na CIA e ocupou o cargo de vice-diretor durante o primeiro mandato de Clinton. Ele é visto com simpatia pela maioria dos senadores dos dois grandes partidos políticos norte-americanos e sua confirmação é tida como certa.
Lake havia indicado o nome de Tenet, seu amigo, para o presidente no dia de sua renúncia. Tenet trabalhou no Senado como chefe da assessoria técnica da Comissão de Inteligência e na Casa Branca, como assessor de Lake. Ele é filho de imigrantes gregos, casado e tem um filho de dez anos.
A CIA tem cerca de 80 mil funcionários e mobiliza orçamento anual de US$ 30 bilhões. A agência vive um dos piores momentos de sua história de 50 anos. Desde o fim da Guerra Fria, seu papel no Estado norte-americano tem permanecido obscuro. Se aprovado, Tenet será o seu quinto diretor em cinco anos. Dois altos funcionários foram presos por espionagem para a Rússia em três anos.
Clinton fez o anúncio formal da indicação de Tenet pouco antes de embarcar para Helsinque, Finlândia, onde se reúne com Boris Ieltsin. Ele queria deixar a questão da CIA resolvida o mais depressa possível para passar a impressão ao público de agilidade.
A renúncia de Lake foi a primeira séria derrota política de Clinton diante do Congresso dominado pela oposição. O Partido Republicano escolheu Lake como seu alvo preferencial entre os indicados pelo presidente para o primeiro escalão de seu segundo governo.
Embora nenhuma acusação de desonestidade tenha sido feita contra Lake durante as audiências no Senado, diversos parlamentares levantaram dúvidas sobre sua competência. Como assessor de segurança nacional de Clinton, Lake deveria ter impedido que pelo menos seis pessoas com antecedentes criminais fosse recebidas pelo presidente na Casa Branca.
Lake preferiu abandonar a luta pela confirmação, embora suas chances de aprovação fossem boas, alegando que não queria continuar fazendo o papel de "urso dançante" num circo político. Clinton acusou a oposição de ter privado o país da contribuição de um homem "honesto e competente" por razões partidárias.

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