São Paulo, domingo, 23 de março de 1997
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ABCD vive "explosão" imobiliária

DA REPORTAGEM LOCAL

A retomada do crescimento econômico, a boa infra-estrutura e uma grande demanda por imóveis de médio padrão transformaram o ABCD (Grande São Paulo) em um dos mais destacados mercados imobiliários do Estado.
Hoje, a região vive uma "explosão" no setor. Desde 1994, as vendas de imóveis residenciais quase dobraram. Foram 898 unidades comercializadas em 94, contra 1.638 no ano passado.
Os números são do Datafolha e indicam também um grande aumento na média mensal de oferta de imóveis no período: de 648 (94) para 1.510 (96). No ano passado, a região registrou velocidade média de vendas (unidades vendidas a cada cem oferecidas) de 9%, contra 9,8% em São Paulo.
Otimismo
O presidente da Associação das Construtoras e Incorporadoras do Grande ABC, Milton Bigucci, 55, acha que ainda há espaço para crescimento. "Há muito terreno disponível, principalmente em São Bernardo e Santo André."
As duas cidades são, hoje, a quarta e a quinta mais populosas de São Paulo (658.791 e 625.294 habitantes, respectivamente, segundo dados do IBGE).
Reduto industrial por excelência, o ABCD perdeu nos últimos anos um grande número de empresas. "Cerca de 40% das indústrias deixaram a região nos últimos dez anos", diz o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Santo André, Irineu Bagnariolli, 42.
O esvaziamento industrial foi compensado pela expansão do setor comercial e de serviços, graças à chegada de grandes redes varejistas (Wal Mart e Carrefour) e ao crescimento de shopping centers.
"O setor de serviços está permitindo a retomada do desenvolvimento", diz Jerson Ourives, diretor de Desenvolvimento Econômico de São Caetano do Sul.
Mudanças
Por apresentar um bom nível de renda, o ABCD sempre atraiu as empresas do setor imobiliário. A Goldfarb opera na região desde os anos 50 e já entregou "milhares" de imóveis, segundo Tomás Salles, 46, diretor comercial.
"Após a implantação do setor industrial, vimos que a classe metalúrgica não era atendida", diz.
"Fazemos algumas divulgações de apartamentos em porta de fábrica", diz Flávio Gangi Seabra, diretor da construtora Seabra, que atua há 15 anos no ABCD.
"O crescimento atual do setor está setorizado nas cooperativas e imóveis para pessoas com renda menor", diz o secretário Bagnariolli (veja texto nesta página).
O leque de opções, no entanto, não se restringe a imóveis de padrão médio. Há desde coberturas dúplex, como as do edifício Saint Etienne, vendidas pela Exclusiva por R$ 195 mil, até apartamentos de 53 m2, a R$ 33 mil, da Cooperativa dos Metalúrgicos do ABCD.

LEIA MAIS sobre o ABCD à pág. 6-9

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